Com mercado bombando, manicure ‘new design’ pode faturar até R$ 18 mil em Campo Grande

Esta terça-feira (18) amanheceu mais bonita, isso porque é quando se comemora o Dia da Manicure e Esteticista no Brasil desde que a profissão passou a ser regulamentada e oficialmente reconhecida no país. Foi a partir da Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, que as transformações […]

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Conforme sindicato, manicure 'new design' está faturando bem (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Esta terça-feira (18) amanheceu mais bonita, isso porque é quando se comemora o Dia da Manicure e Esteticista no Brasil desde que a profissão passou a ser regulamentada e oficialmente reconhecida no país. Foi a partir da Lei nº 12.592, de 18 de janeiro de 2012, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, que as transformações mudaram completamente o cenário sul-mato-grossense e oportunizaram maiores chances de trabalho aos profissionais. Atualmente, sindicato aponta que alguns trabalhadores especialistas em beleza de Campo Grande, especialmente as manicures ‘new design’, têm ganho estimado de R$ 15 a R$ 18 mil mensal.

Conforme apontado por Lucimar Roza, presidente do Sindiprocab-MS (Sindicato dos Proprietários e Profissionais da área da Beleza e Similares de Mato Grosso do Sul), o processo para a regulamentação da profissão iniciou em 2006 e teve devolutiva positiva seis anos depois em cenário nacional. Até então, os trabalhadores atuavam como autônomos. Mas foi a partir da regulamentação que pessoas passaram a se qualificar.

“As pessoas que quiserem entrar na área, precisam buscar conhecimento e se adequar ao que é exigido. É uma profissão que hoje existe enquadramento. A regulamentação favoreceu a vida empresarial. De lá pra cá, houve crescimento muito grande de empresários que viram na nossa área um nicho onde tem muito onde investir. A área da beleza é artística, mas também é saúde mental e física”, ressalta a especialista.

Roza ainda explica que alguns critérios são exigidos para o reconhecimento profissional, como curso profissionalizante ou técnico com carga horária mínima exigida por lei e requalificação anual.

Profissionais precisam estar atualizados

O sindicato ainda reforça a importância dos profissionais estarem atualizados com a exigência do mercado. Tendo em vista ser uma área ligada diretamente com a moda, as qualificações são cíclicas e necessitam atender às demandas do mercado. Conforme Lucimar, existem profissionais especializadas em manicure/pedicure que tiram, atualmente, o equivalente a um salário mínimo (R$ 1.302,00) até R$ 9 mil reais.

Outra frente de atuação em alta agora são as manicures new designers, especializadas em alongamentos e esmaltação artística em gel. Em Campo Grande, há registros dessas profissionais que arrecadam cerca R$ 12 a R$ 18 mil com os atendimentos mensalmente, tamanha a procura.

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(Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

“A pessoa se profissionaliza, vai se requalificando e, com isso, vai aumentando o campo de trabalho dela para ganhar mais. Por isso reforçamos que os profissionais se preparem para o mercado de trabalho, já que ele é muito exigente. Nós mexemos com moda e moda muda muito, por isso precisamos ficar antenadas pra isso”. Roza ainda afirma que o mercado sul-mato-grossense de estética é muito aquecido a ponto de mudar a realidade das pessoas.

Dessa forma, a Patrícia – mais conhecida como Paty – é a prova viva disso, já que sua vida foi transformada trabalhando como manicure.

De manicure a empresária

Patrícia Bogado Romero trabalhou por 20 anos como manicure em empresas de Campo Grande e hoje, aos seus 41 anos, é empresária e gerente administrativa do próprio espaço, o Art Salon, localizado em área nobre de Campo Grande.

Ela começou a atuar com o segmento quando teve o seu segundo filho, primeiro em casa e depois em salões.

“Quando comecei, eu cobrava R$ 5,00 reais para eu praticar e eu fui me aprofundando e treinando na família todos os dias, trabalhei em salões perto do bairro e quando me senti segura, e também já conseguia pagar alguém para ficar com meus filhos, eu fui para um salão grande”, recorda.

Ao longo de sua carreira, passou por ao menos quatro espaços de beleza fazendo manicure, pedicure e alongamentos, área que possibilitou maior campo de mercado. Até que ela deu o próximo passo: investiu no próprio negócio.

Mercado de manicure em alta

Patrícia ainda ressalta que trabalhar como manicure foi o pontapé inicial para mudar toda a sua vida e a da família.

“Sei administrar só vivendo as experiências de outros salões onde eu trabalhei e o dinheiro que eu fiz como manicure ao longo desses anos me ajudou e muito. Hoje o nosso salão é familiar. É o Vinícius Bogado (cabeleireiro), eu (administrativos atendimentos) e também meu esposo Alessandro (financeiro). Eu trouxe todos para essa área que é promissora. Tirei meu marido de uma área que não tinha nada a ver com ele e hoje estamos cada vez mais inseridos no mercado de Campo Grande”, celebra.

Cursos profissionalizantes

Conforme o sindicato, Campo Grande tem vários polos profissionalizantes que oferecem cursos completos e com boa carga horária. Ela destaca o Senac-MS, com vários cursos de aperfeiçoamento, e a Uniderp, que também oferece curso de estética.

“Os empresários que querem investir em polos profissionalizantes precisam buscar o sindicato para entender o que realmente precisa frente ao mercado, tem que ter conteúdo programático, grade curricular e carga horária mínima”, diz a representante do sindicato.

Assim, profissionais estudam a possibilidade de transformar os cursos profissionalizantes em muitas áreas da estética como cursos técnicos. A expectativa é que, nos próximos três anos, todos os profissionais do Brasil trabalhem da mesma forma.

Área de beleza e saúde

Francislene Marques Carneiro, 40 anos, trabalha como podóloga e esteticista há 22 anos. Deu os primeiros passos apenas na área de beleza e, então, passou a atuar com saúde. Ao Jornal Midiamax, ela reforça a importância dos cursos de profissionalização. Quando iniciou, precisou fazer os cursos livres porque eram as únicas opções na época, até que participou da primeira turma do curso técnico de podologia do Colégio CEI, em 2008.

Depois, em 2019, fez curso superior de podologia. Atualmente, Francislene faz parte da associação de podologia do Estado, a ASPODOMS.

“Trabalhei por muito tempo sonhando em ter um espaço de saúde para os pés! Então, iniciei um projeto e comei a me especializar: podologia gestacional, podogeriatria, podologia kids, pés diabéticos etc.”, recorda.

Francislene Marques Carneiro podóloga
Francislene Marques Carneiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Apaixonada pela profissão, ela possui duas unidades de atendimento em Campo Grande, uma no centro – onde atende podologia e procedimentos estéticos com preços convencionais – e a outra onde atende tabela social para facilitar o acesso aos serviços de saúde e estética às pessoas de baixa renda, na Zulmira Borba, bairro Nova lima.

“Eu faço esses atendimentos mais em conta e com várias parcerias para expandir o acesso de quem não tem dinheiro, porque beleza é saúde, que vai de micropigmentação, bronzeamento natural, cuidados com a pele, cabelo, alongamento de unhas, cílios… são muitos procedimentos”, ressalta.

Apesar dos avanços e cenário lucrativo da Capital, existem muitos avanços que os trabalhadores ainda esperam para o cenário regional.

Principais desafios

Para Lucimar Roza, do sindicato, o principal desafio está na harmonização das leis nacionais com as regionais por parte do Governo do Estado e prefeitura.

“Não basta a gente só lutar pela regulamentação a nível nacional se o Estado e o município não agregam essas leis, então a gente, como profissionais, precisa do apoio desses setores políticos. Por ser uma categoria na época sem regulamentação, também passou a ter suas normas”, diz.

Dessa forma, a classe luta para que os governantes abracem o setor para ajudar e possibilitar a qualificação de forma integral. Assim, o mercado tende a se desenvolver mais.  

História da regulamentação

A presidente Dilma Rousseff sancionou as leis que regulamentam as profissões de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicura, pedicura, depilador e maquiador (lei 12.592/12) e de turismólogo (Lei 12.591/12) em 18 de janeiro de 2012. A presidente, no entanto, vetou artigos dos projetos de lei que exigiam qualificação para o desempenho das atividades na época.

Lucimar Roza foi peça atuante nessa transformação trabalhista, tendo em vista que ajudou na regulamentação da profissão ocorrida em Campo Grande e publicada no Diário Oficial de Campo Grande em 23 de junho de 2006. Confira:

Então, ela e demais profissionais levaram a discussão até Brasília. “Em 2012 nós conseguimos a regulamentação com a presidente Dilma Rousseff, que sancionou a lei. Reconhecendo e regulamentando a profissão da área da beleza, tanto das cabelereiras, manicures, esteticistas e profissionais da área”, conclui.

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