Com alerta para febre maculosa, Três Lagoas monitora carrapatos em mais de 100 capivaras
Em Três Lagoas, as capivaras habitam principalmente a lagoa maior, onde pela contagem semanal, existem mais de 100 animais.
Priscilla Peres –
O aumento nos casos de febre maculosa reacende o alerta sobre o convívio com animais silvestres em área urbana, como as capivaras. Comuns em parques urbanos, as capivaras são hospedeiras de carrapatos, que, se infectados, podem transmitir a febre maculosa. Em Três Lagoas, os animais são monitorados.
O monitoramento é feito anualmente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Departamento de Entomologia, Endemias e Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), juntamente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) que faz o manejo constante das capivaras.
Em Três Lagoas, as capivaras habitam principalmente a lagoa maior, onde pela contagem semanal, existem mais de 100 animais. O monitoramento dos carrapatos é feito por meio de esteiras na área gramada do entorno do lago, principalmente nos pontos em que os animais mais se concentram.
De acordo com a prefeitura, nunca foram detectados casos de febre maculosa, nem mesmo suspeitos. “O manejo das capivaras feito pela SEMEA, não é devido ao carrapato, mas sim pelo bem-estar dos animais, limitação de alimentação e controle populacional”.
Na sexta-feira (23), deve ocorrer o monitoramento para controle de carrapatos nas capivaras que vivem na área urbana de Três Lagoas.
O que é a febre maculosa?
A febre maculosa é uma doença infecciosa grave que acomete humanos devido à bactéria do gênero Rickettsia. No Brasil, a principal forma de transmissão da doença é por meio dos carrapatos, considerados vetores da febre maculosa. A doença só é transmitida a partir do animal, isso significa que não é contagiosa entre humanos.
Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil duas espécies da bactéria riquétsias estão associadas a quadros clínicos da Febre Maculosa. A Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste.
E a Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves. O que explica a maior incidência da doença na região Sudeste do país.
Sintomas da doença
O principal sintoma da febre maculosa é a febre alta, seguida por dor de cabeça intensa, náusea e vômitos, diarreia e dor abdominal e dor muscular constante. Outra característica da doença é inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, além de gangrena nos dedos e orelhas.
Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Em casos graves, pode haver paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.
Diagnóstico exige realização de exames
Não é simples diagnosticar a febre maculosa, já que nos primeiros dias os sintomas se confundem com outras doenças. Para o diagnóstico correto é necessária a realização de exames laboratoriais mais complexos.
Mas o Ministério da Saúde alerta que o resultado dos exames podem levar semanas. Por isso, se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos urgentemente, tendo em vista que quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de se evitar complicações e morte do paciente.
A partir da suspeita clínica de Febre Maculosa, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.
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