Com demissões em outros estados, trabalhadores da Americanas não enxergam cortes em MS

Em loja do Centro, funcionários trabalhavam em reposição de estoques nesta quarta-feira

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(Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

Após entrar em recuperação judicial com dívida de R$ 43 bilhões, a Lojas Americanas começou a demitir pessoal no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Apesar dos desligamentos, funcionários em Mato Grosso do Sul acreditam que corte não deverá chegar às lojas em Mato Grosso do Sul. São 6 lojas somente em Campo Grande.

Em loja de Campo Grande, funcionários trabalhavam na reposição de estoque e afirmaram acreditar que os cortes não devam chegar até MS. “É mentira que as lojas daqui vão fechar. Se demitir tudo isso de funcionário, como fica?”, disse um funcionária. Outra é questionada sobre as demissões em massa nos outros estados do país pela varejista ela diz: “Acho que não chega aqui”.

Carlos Santos, presidente do SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande), disse que a informação seria de que duas lojas fechariam as portas na Capital, mas os funcionários seriam remanejados para outras unidades. Uma das supostas lojas informadas seria justamente a visitada pela reportagem, que realizava a reposição dos estoques nas prateleiras.

No Rio de Janeiro, onde aconteceram demissões em massa, centrais sindicais farão um ato na sexta-feira (3) em defesa dos empregos e direitos dos trabalhadores das Lojas Americanas. Conforme o a SECCG, em MS não há nada previsto, pois a varejista está em dia com seus trabalhadores.

O Jornal Midiamax tenta contato com a rede das Lojas Americanas por email através da assessoria de imprensa, mas segue sem retorno desde a última semana. O espaço segue aberto para manifestação.

Trabalhadores vão ao MPT

A crise envolvendo a rede das Lojas Americanas preocupou o comércio de Campo Grande na última semana. Com seis lojas da rede só na Capital, a possibilidade de fechamentos e demissões em massa levou o sindicato dos trabalhadores a procurar o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).

A rede de lojas entregou nesta quarta-feira à 4ª Vara Empresarial da Capital do Rio de Janeiro a lista de débitos e credores, o valor da dívida surpreende e ultrapassa os R$ 41 bilhões.

Conforme o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, Carlos Santos, o setor ainda se recupera das demissões ocorridas após o fechamento de 10 lojas da Eletrosom no Estado. Agora, a preocupação se volta para as Americanas.

Funcionários de unidades das Americanas em Campo Grande relatam ao sindicato que estão sendo remanejados para outras lojas na área central, pois suspeitam que algumas vão fechar as portas. Apesar do alerta, não houve comunicação oficial da empresa sobre possíveis demissões.

“Por enquanto, não temos previsão de demissões aqui. O que nós temos escutado de funcionário é que ficarão apenas duas lojas, [mas] da empresa mesmo não foi falado nada. Lógico que a gente tem essa percepção que seria uma perda muito grande, já tivemos fechamento repetindo da loja Eletrosom, e trouxe muitos danos essa nossa família comerciárias”.

Diante da situação, o sindicato enviou um ofício ao MPT na tentativa de acalmar os empregados, entretanto, Carlos ressalta que o sindicato é apenas um órgão fiscalizador. “O papel do sindicato é denunciar e alertar as irregularidades para as autoridades”.

Americanas devem R$ 30 milhões em MS

Em Mato Grosso do Sul, as dívidas deixadas pela empresa e que somam R$ 30 milhões, incluem principalmente contratos de fornecimento de internet e de produtos alimentícios e têxteis.

Jornal Midiamax apurou que das 49 empresas listadas entre os credores das Lojas Americanas, ao menos oito são de contratos de internet. A rede de lojas deve mais de R$ 7,2 mil só a empresas que fornecem internet para lojas de Paranaíba, Jardim, Aparecida do Taboado, São Gabriel do Oeste, Bonito e Três Lagoas.

As Lojas Americanas também têm dívidas com pelo menos cinco prefeituras do Estado, que se aproximam de R$ 16 mil e provavelmente são do não pagamento de impostos municipais.

Além destes, estão inclusos diversos fornecedores de produtos, entre alimentos, vestuário e bebidas. E indústrias, que são os credores com as maiores dívidas, entre elas a Dimatex que tem R$ 3,7 milhões a receber, a International Paper com dívida de R$ 21 milhões e a Metalfrio, com mais de R$ 1 milhão a receber das Lojas Americanas.

A rede de lojas também deve grandes quantidades para empresa de segurança. À Energisa, concessionária de Energia, a dívida soma pouco mais de R$ 20 mil. Confira a reportagem completa aqui.

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