As altas temperaturas que predominam em têm provocado onda de prejuízos para diversos setores. Em , produtores de hortaliças amargam perdas de até 70% da produção, que não suportam o calor. O resultado são quilos de frutas, verduras e hortaliças indo parar no lixo. 

Em uma horta hidropônica no bairro Aero Rancho, seu Laércio de Souza resiste em meio a pior época que já vivenciou na profissão. “Estamos tendo uma perda muito grande, aproximadamente 70%. As plantas não conseguem viver nesse calor”, comenta. 

Segundo o trabalhador, com o calor intenso, a água usada para o cultivo de pés de alface atinge temperaturas inviáveis para desenvolvimento das folhas. “A água da irrigação não pode passar de 30°C, mas às vezes chega a 35°C. A planta apodrece e a raiz não consegue absorver os fertilizantes, daí temos que jogar fora”.

O produtor afirma que em anos trabalhando na área, nunca vivenciou crise do tipo. “Quando dá 1 hora da tarde a água que sai da torneira queima a mão. Se nem a gente aguenta, imagina a planta. Eu nunca passei por uma situação assim e que durasse tanto tempo. Se continuar assim, já já muita coisa vai faltar no mercado”, avalia.

Do tabuleiro que comporta 200 pés de alface, Laércio tem colhido, em média, apenas 60. (Foto: Nathalia Alcântara)

Nas hortas plantadas na terra a realidade se repete. No Conquista, na saída para Rochedo, as maiores perdas são, principalmente, de couve e alface. “Com esse calor de quase 40 graus a nossa realidade está muito difícil. Eu já perdi muita coisa porque as folhas não aguentam. Tenho perdido 50% das coisas que planto e isso é prejuízo”, detalha José Roberto de Oliveira.

Na chácara do Vanderlei Azambuja Fernandes, na cidade de Terenos, a produção de aproximadamente dois mil pés de banana cozinhou com as altas temperaturas. “As verduras não crescem e as frutas ficam maduras fora da época porque cozinham. Eu perdi meus 2 mil pés de banana porque o sol cozinhou tudo e depois o vento derrubou. Tem sido um ano bem complicado”, afirma.

Na feira de orgânicos, na Praça do Rádio Clube, dona Rose Ermínia exibe algumas unidades de mamão manchados pelo ação do calor. “É prejuízo pra nós”, lamenta. Segundo ela, na irrigação das frutas e hortaliças já é possível notar que algo não vai bem. “A gente põe água três vezes ao dia. Na primeira é tranquila, mas na segunda já complica e dá pra notar a água sendo chupada pela terra. A gente vê nosso trabalho perdido”, desabafa.

Frente fria vem aí

A onda de calor tem castigado os sul-mato-grossenses, mas ela tem data para acabar. Oficialmente o alerta de grande perigo emitido pelo (Instituto Nacional de Meteorologia) termina no fim da sexta-feira (17) e uma frente fria deve chegar ao Estado no fim de semana.

Em algumas cidades, a frente fria pode derrubar as temperaturas em até 10°C. De acordo com o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Clima em MS), uma frente fria deverá quebrar o bloqueio atmosférico, favorecendo chuvas e tempestades no Estado nos dias 19 e 20 de novembro.

Em Campo Grande, o Inmet prevê uma queda brusca na temperatura no domingo (19), quando a temperatura deve variar entre 23°C e 31°C e há possibilidade de chuva. Cenário bem diferente do atual, com mínimas de 26°C e máximas de 38°C.

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