Com 153 escolas sem aulas em Campo Grande, professores protestam por piso salarial
De acordo com a ACP, 47 escolas de ensino fundamental e 106 Emeis aderiram à manifestação
Karina Campos, Thalya Godoy –
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Os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande se juntaram à greve nacional e pararam as atividades, nesta quarta-feira (26), para protestar por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
De acordo com o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, a expectativa é que mais de 2 mil profissionais participem da mobilização que terá início na sede do sindicato e seguirá até a Prefeitura Municipal.
O ato faz parte da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação. De acordo com a Semed (Secretaria Municipal de Educação), a participação de cada unidade é facultativa.
Segundo Bronzoni, a maioria das escolas aderiu totalmente à paralisação, sendo 47 de ensino fundamental e 106 Emeis (Escola Municipal de Educação Infantil). Assim, nesta quarta-feira, 153 unidades estão sem aulas.
“É uma greve que envolve pautas nacionais da educação que são também locais, que envolvem a sala de aula, a valorização, como a questão do reajuste do piso de 2023. Esse é um ponto de fundamental importância para a categoria porque não se tem projeto que construa a valorização sem passar pela valorização profissional”, explica o presidente do sindicato.
As pautas da manifestação envolvem o cumprimento da Lei do Piso Salarial, Plano de Cargo e Carreira, Segurança nas Escolas, Concurso Público, Gestão Democrática e Revogação do Novo Ensino Médio.
A ACP enviou um ofício à Prefeitura Municipal de Campo Grande informando do protesto desta quarta-feira. A expectativa do sindicato é se reunir com a Prefeita Adriane Lopes para expor as reivindicações da categoria.
“Enviamos ofício para a Prefeitura comunicando da nossa presença e solicitando também hoje audiência com ela sinalizando de forma concreta a proposta aos professores 2023, visto que a nossa data base é maio, que já é na semana que vem”, afirma Bronzoni.
Reajuste salarial
Conforme explica Bronzoni, hoje o salário do professor municipal de Campo Grande corresponde a 52,74% do piso nacional, o que impacta até na saúde mental dos profissionais.
Um grupo de professoras que participaram da manifestação e não quiseram se identificar contaram à reportagem que a situação em sala de aula ficou mais difícil após a pandemia de Covid-19. Com experiência há cerca de 10 a 15 anos na educação, esse ano tem sido diferente de épocas anteriores.
“Hoje em dia, se chamamos a atenção de um aluno, o pai culpa o professor. Não há respeito como dois anos atrás. Tem ainda os últimos dias que tivemos que acalmar os ânimos de mais por conta das suspeitas de ataques”, disse uma.
A colega completa que além da educação das crianças, nos últimos anos a rotina educacional é feita em salas de aula precárias, citando ventiladores velhos e mesas e cadeiras quebradas.
“Enfrentamos a falta de material pedagógico, tendo que repor material. Tem professores adoecendo pela precariedade da educação municipal, não se pode apresentar atestado, principalmente convocado”, ela explica.
Escolas Estaduais
De acordo com o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Ferreira, a rede estadual se mobiliza para lutar pelas demandas, porém, não haverá paralisação ou greves nas escolas.
“Há cidades que vão parar totalmente, mas a Rede Estadual não vai parar. Tem cidades como Campo Grande, Pedro Gomes, Dourados e Chapadão do Sul que vão parar as aulas. São cidades que não cumprem o piso salarial”, explica ele ao Jornal Midiamax.
Como o Governo do Estado cumpre o piso salarial dos professores, a Fetems optou por apenas realizar uma passeata, com a presença de representantes das escolas e caravanas de outras cidades de MS. A concentração será às 9h, na Praça Ary Coelho e seguirá pelo centro, com ato de protesto em frente à Prefeitura da Capital.
Greve Nacional da Educação
A Greve Nacional da Educação em defesa do Piso do Magistério faz parte da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, promovida pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), desde a última segunda-feira (24) e segue até a próxima sexta-feira (28).
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