Conhecida como ‘Cidade Branca’ pela coloração do solo rico em calcário, Corumbá se destaca por acumular infinidade de riquezas naturais, históricas e culturais. Banhado pelo Rio Paraguai, o município tem área de 64 721,719 quilômetros quadrados, que lhe garantem o título de maior território de Mato Grosso do Sul e o 11º do Brasil. Para se ter uma ideia, a gigante supera o tamanho de países como Suíça e Eslovênia, por exemplo. 

Conforme Censo Demográfico divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 12 anos Corumbá perdeu 7.435 habitantes, saindo de 103.703 em 2010 para 96.268 em 2022, percentual de 7,14%. Com o resultado, o município aparece como o que mais perdeu população no período, no entanto, ainda ocupa a quarta posição entre os mais populosos do Estado. 

Já em relação a quantidade de domicílios houve aumento conforme balanço do IBGE. Enquanto em 2010 foram 32.259, no ano passado o total saltou para 38.049.

Cidade abriga 60% do Pantanal. (Divulgação/Agesul)

Assim que divulgados, os números provocaram reações contrárias entre autoridades do Município. O prefeito Marcelo Iunes (PSDB) não atendeu às ligações ou respondeu as mensagens enviadas pela reportagem, no entanto, em entrevista anterior, contestou o resultado do censo. 

“Temos dados técnicos das secretarias municipais de Saúde, da Educação e da Assistência Social e Cidadania mostrando que a cidade possui bem mais de 100 mil habitantes. Na Saúde, por exemplo, são quase 130 mil carteiras do SUS (Sistema Único de Saúde) emitidas aqui”, explicou na época.

Um dos erros apontados pelo Poder Público foi a contabilização dos moradores do bairro Padre Ernesto Sassida, que teria sido incluído na contagem da cidade vizinha, Ladário, o que representaria 13 mil pessoas a menos em Corumbá. 

Marcelo Dantas, procurador-geral adjunto da cidade, informou que pedido de contestação foi feito à Justiça Federal. Agora, perícia deve ser feita para estabelecer o perímetro de cada cidade. “Entramos com a ação e já tivemos uma liminar em que a justiça determina os números do bairro Padre Ernesto Sassida como sendo de Corumbá”, explica.

Para quem mora na cidade, a tranquilidade do dia a dia é motivo para não querer ir embora. “É muito bom morar aqui. É uma cidade pequena, todo mundo se conhece e tudo é perto, diferente de cidades maiores”, comenta Matheus Santana, de 20 anos. 

Para o jovem, que sempre morou em Corumbá, oportunidades de emprego e opções de lazer ainda são quesitos a se melhorar.

Conhecida como Capital do Pantanal, abriga 60% do território pantaneiro e o mais importante porto de Mato Grosso do Sul e um dos mais importantes portos fluviais do País. Localizada na margem direita do rio Paraguai e na tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e a Bolívia, Corumbá é considerada o primeiro pólio de desenvolvimento da região.

Infinito em diversidade cultural, o município abriga influências indígenas, paraguaias, bolivianas, árabes, italianas e portuguesas, que se revelam na música e culinária. 

“Corumbá respira cultura e história. Aqui a gente percebe a diversidade dos povos que ajudaram a fazer a cidade ser o que é. É maravilhoso morar aqui. Temos alguns pontos negativos como baixa oferta de emprego e problemas que chegam com o crescimento do município, mas de forma geral é uma cidade que quem mora não quer ir embora”, comenta o comerciante Flávio de Arruda, de 53 anos.

Formação administrativa

  • Distrito criado com a denominação de Albuquerque pela Lei Provincial n.º 4, de 19-04-1838.
  • Elevada à categoria de vila com a denominação de Albuquerque pela Lei Provincial n.º 12, de 05-07-1850.
  • Pela Lei n.º 6, de 11-11-1869, a vila de Albuquerque foi extinta.
  • Elevada novamente à categoria de vila com a denominação de Albuquerque pela Lei n.º 7, de 07-10-1871, é desmembrada do município de Cuiabá e instalada em 14-05-1872.
  • Elevada à condição de cidade com a denominação de Corumbá pela Lei Provincial n.º 525, de 15-11-1878.
  • Pela Lei n.º 134, de 16-03-1896, é criado o distrito de Ladario e anexado ao município de Corumbá.
  • Por Resolução Estadual n.º 255, de 10-04-1900, é criado o distrito de Porto Murtinho e anexado ao município de Corumbá.
  • Pela Lei Estadual n.º 327, de 08-04-1902, é criado o distrito de Dourados e anexado ao município de Corumbá.
  • Pela Lei Estadual n.º 560, de 20-06-1911, ou Decreto Estadual n.º 310, de 02-04-1912, é desmembrado do município de Corumbá o distrito de Porto Murtinho, elevado à categoria de município.
  • Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 4 distritos: Corumbá, Albuquerque, Dourados e Ladário.
  • Assim permanecendo em divisão administrativa referente ao ano de 1933.
  • Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 6 distritos: Corumbá, Albuquerque, Dourados, Ladário, Morcego e Nhecolândia.
  • No quadro anexo ao Decreto-lei Estadual n.º 145, de 29-03-1938, o distrito de Dourados aparece denominado Amolar. Também nesse quadro aparece o distrito de Porto Esperança.
  • Pelo Decreto-lei Estadual n.º 208, de 26-10-1938, o distrito de Nhecolândia tomou a denominação de Mercedes e Morcego passou a chamar-se Santa Rosa.
  • No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943 o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Ladário, Mercedes, Porto Esperança e Santa Rosa.
  • Pelo Decreto-lei Estadual n.º 545, de 31-12-1943, o distrito de Santa Rosa tomou a denominação de Paiaguás.
  • Pela Lei Estadual n.º 137, de 30-09-1948, o distrito de Mercedes voltou a denominar-se Nhecolândia.
  • Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Ladário, Nhecolândia, Paiaguás e Porto Esperança.
  • Pela Lei n.º 679, de 11 de dezembro de 1953, desmembra do município de Corumbá o distrito de Ladário, elevado à categoria de município.
  • Pela Lei Estadual n.º 715, de 17-12-1953, é criado o distrito de Coimbra, com terras desmembradas dos distritos de Porto Esperança e Albuquerque e anexado ao município de Corumbá.
  • Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Coimbra, Nhecolândia, Paiaguás e Porto Esperança.
  • Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.