Campo Grande cria plano de contingência para evitar epidemia de dengue, zika e chikungunya

O plano estabelece diretrizes que abrangem ações estratégicas ao fluxo de atendimento nas unidades de saúde, orientações e tratamento das doenças

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Dengue
Dengue (Divulgação, PMCG)

Com objetivo de conter a disseminação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), publicou nesta sexta-feira (29), em edição suplementar do Diogrande (Diário Oficial), o Plano de Contingência de 2023-2024 que define estratégias para conter uma possível epidemia de dengue, zika e chikungunya.

Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, explica que o plano estabelece uma série de diretrizes que abrangem desde ações estratégicas ao fluxo de atendimento nas unidades de saúde a orientações em relação ao diagnóstico e tratamento das doenças.

“O objetivo é estabelecer estratégias abrangentes, desde a identificação precoce de casos até a mobilização social e a gestão eficaz de recursos. A educação da população sobre medidas preventivas, eliminação de criadouros de mosquitos e a vigilância constante também são fundamentais”, enfatiza.

Mesmo com o cenário estável em Campo Grande, Veruska Lahdo ressalta que em razão do período de chuvas mais intensas, as medidas de prevenção devem ser intensificadas. Segundo ela, há riscos da reintrodução do sorotipo DENV-3 em território brasileiro, que não tinha registros há mais de 15 anos.

Alta de casos no Estado deixa a Capital em alerta

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya | Foto: Apurv013 | WikiCommons | Reprodução

Em 2023, a dengue seguiu como um dos principais desafios as autoridades de saúde. Neste ano, Mato Grosso do Sul contabilizou 40 óbitos pela doença, enquanto o número de pessoas contaminadas foi 40.460 neste ano.

O número de óbitos por dengue é o segundo maior da série histórica criada em 2014, ficando atrás somente de 2020, quando 42 pessoas morreram pela doença. Além disso, 75 das 79 cidades do Estado registraram alta incidência da dengue.

Em relação aos casos confirmados, o número registrado em 2023 é 90% maior que no ano passado – em 12 meses o total de casos confirmados passou de 21.328 para 40.713.

Com o número alarmante, a boa notícia para 2024 é que, ano que vem, Mato Grosso do Sul será a primeira unidade da Federação a aplicar a vacina contra a dengue gratuitamente no Brasil. 

A campanha será iniciada em Dourados, a 358 km de Campo Grande. O imunizante, fabricado pelo laboratório Takeda e denominado Qdenga, começa a ser distribuído em todas as UBS’s (Unidades Básicas de Saúde) no dia 3 de janeiro para ser aplicado à população com idade entre 4 e 59 anos, 11 meses e 29 dias.

Chikungunya e zika vírus

No ano em que os casos de dengue atingiram um recorde, pouco se falou sobre as outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: chikungunya e zika vírus. Mas, de janeiro até a segunda semana de dezembro de 2023, Mato Grosso do Sul confirmou três mortes e 1.319 casos de chikungunya. Do total, 36 foram identificados em gestantes.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença é causada pelo vírus chikungunya e pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti, responsável pela dengue, e o Aedes albopictus, transmissor da febre-amarela.

O período de incubação varia de dois a dez dias, e os sintomas incluem febre repentina acima de 38,5°C, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça e dores nos músculos e articulações de pés e mãos.

Quanto ao zika vírus, os dados indicam que o Estado registrou 136 casos prováveis e 89 confirmações em 2023. Ao contrário da dengue e chikungunya, não houve registro de mortes relacionadas ao zika.

O alerta para o ano que vem é para nova epidemia de dengue, com possibilidade de ressurgimento dos tipos 3 e 4, o que fez o Ministério da Saúde anunciar neste mês estratégia para Mato Grosso do Sul, que fará parte dos estados que receberão investimento de R$ 256 milhões para o fortalecimento da vigilância das arboviroses no Brasil.

Do dia 01 de janeiro a 26 de dezembro foram notificados 16.799 casos e seis óbitos provocados pela dengue. No mesmo período, foram confirmados 15 casos de Zika e 16 de Chikungunya. Se comparado com o primeiro semestre deste ano, os casos tiveram redução de mais de 80%.

Como prevenir?

Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti também é transmissor de doenças como a Chikungunya e o Zika Vírus, por isso, é essencial adotar medidas para evitar a proliferação e contaminação:

  • Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d’água ou caixas d’água;
  • Acondicionar pneus em locais cobertos;
  • Remover galhos e folhas de calhas;
  • Não deixar água acumulada sobre a laje;
  • Encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana
  • Fazer sempre a manutenção de piscinas.

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