O prefeito Josmail Rodrigues assinou, no final da tarde de quinta-feira (2), decreto que reconhece situação emergência em Bonito, por conta das chuvas que atingem o município desde janeiro.

Segundo relatório da Defesa Civil, no acumulado dos dois meses já foram registrados 729,5 mm de chuva, superando em 121% a média histórica deste período, que é de 329 mm.

Conforme o documento, a média histórica de pluviometria para os meses de janeiro e fevereiro, em Bonito, são de 189,5mm e 140,2mm, segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima do Mato Grosso do Sul), sendo que neste ano registrou-se 234,5mm e 495mm, respectivamente.

Estragos

No dia 24 de fevereiro, Bonito registrou 173 mm, em um intervalo de 6h, causando alagamentos e, inclusive, deixando pessoas ilhadas, tanto na área rural como urbana. Nesse dia foram seis ocorrências de alagamentos e no dia seguinte, foram cinco na área urbana e na Ponte do Córrego Anhumas, que fica cerca de 15 km da cidade.

A Guarda Municipal e Secretaria de Assistência Social atenderam outras três ocorrências de alagamento em residências no dia 24. Na área rural, a chuva provocou erosões em estradas vicinais, abertura de dolinas, carreamento de sedimentos e assoreamento nos Rios Formoso, Mimoso, Anhumas/Formosinho e seus afluentes.

Estes rios também saíram de seus leitos e provocaram danos ao patrimônio particular, especialmente em atrativos turísticos (como foi o caso do Parque das Cachoeiras, que está no Rio Mimoso), fragilizou pontes e causaram a interdição temporária de estradas vicinais.

Ainda na área rural, o Distrito Águas do Miranda, nos Loteamentos do Noé, Volta Grande e Córrego da Onça, que ficam a 70km do núcleo urbano, sofreram com a cheia do Rio Miranda, que atingiu mais de 9,5m acima do leito na terça-feira (28), deixando 10 famílias desabrigadas e 29 famílias desalojadas, além de 20 famílias ilhadas no Loteamento do Noé.

O decreto ainda pontua que o município possui atualmente, mais de 70 mil hectares de área de lavoura, que estão em fase de colheita e escoamento da produção, que estão sendo prejudicados pelas condições das estradas, bastante danificadas pelas chuvas.

Turismo

Em relação a importante fonte de renda do município, o documento destaca os danos causados em atrativos, bem como o tempo em que estão fechados, deixando de gerar receita, tanto para os proprietários quanto para o município, como é o caso do Balneário Municipal, que segue fechado e sem previsão de reabertura devido ao nível do Rio Formoso.

O decreto tem como objetivo autorizar a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de reposta necessárias e minimizar os efeitos causados pela chuva, bem como autorizar compras e serviços emergenciais sem necessidade de licitação.