O campo-grandense Ely Silveira, que estava desde sábado no aeroporto de Tel Aviv, em Israel, embarcou nesta quarta-feira (11) em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira) para o Brasil. Ele passou quatro dias no aeroporto, já que seu voo foi cancelado devido à guerra entre Israel e o Hamas.

No domingo (8), Ely falou ao vivo com o Jornal Midiamax e contou sobre o clima de tensão instalado no aeroporto de Tel Aviv. Durante todos os dias ele dormiu em locais improvisados e precisou bancar a própria alimentação, já que não recebeu suporte da companhia aérea.

“O clima aqui é muito tenso, a maioria das companhias áreas está cancelando os voos. Eu mesmo não tenho mais data para embarcar, dormi no chão e estou tendo que custear as despesas aqui”, contou o advogado no sábado, ao Jornal Midiamax.

Nos dias após a entrevista, ele chegou a ir para o bunker do aeroporto, local protegido contra ataques de mísseis. O advogado estava a passeio em Israel, visitando parentes na cidade de Ashkelon e os conflitos começaram enquanto ele ia para o aeroporto embarcar para o Brasil.

FAB resgata brasileiros em Israel

Ely embarcou no segundo voo da FAB com brasileiros e a previsão é chegar ao Brasil na madrugada de quinta-feira (12). A aeronave tem capacidade para 210 lugares e, segundo a embaixada, são 2,5 mil brasileiros em Israel.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv organiza grupos de brasileiros por critérios de prioridade – residentes no Brasil e, dentre estes, pessoas com deficiência, idosos, grávidas e grupos com menores de idade – para embarque nos voos da FAB previstos para serem realizados entre hoje e o próximo domingo.

Além de organizar o embarque, a embaixada realiza o transporte desses passageiros desde Jerusalém e de Tel Aviv ao aeroporto Ben-Gurion. Quando necessário, é providenciada documentação de viagem, além de registro consular de nascimento aos filhos de brasileiros nascidos no exterior que ainda não tenham sido registrados.

Mais de mil israelenses mortos

O número de mortos em Israel no ataque de sábado ultrapassou a marca de 1.000 – cerca de 150 pessoas foram sequestradas e são mantidas reféns em Gaza. Do lado palestino, já são mais de 900 mortos, incluindo 260 crianças.

Os israelenses recuperaram os corpos de 1,5 mil terroristas do Hamas em seu território, que dá uma dimensão do ataque. O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, aprovou a convocação de mais 60 mil reservistas, elevando o total da mobilização para 360 mil soldados, em mais um indício de que uma invasão terrestre se aproxima. (Com agências internacionais).