‘Aluno destaque’: Colegas lamentam morte de Matheus e aguardam há 4 anos por justiça

Eles relembram performance de Matheus Coutinho em júri simulado, local onde sonhava um dia trabalhar

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Matheus Coutinho Xavier
Matheus Coutinho foi morto em 2019 (Foto: Reprodução, redes soicias)

“Uma morte profundamente marcante e repentina levou dezenas de alunos a faltarem em plena semana de provas”, assim é descrita a morte de Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, estudante de direito morto por engano no lugar do pai em abril de 2019.

Matheus era estudante de Direito em uma universidade particular de Campo Grande. Logo que entrou no curso, se destacou nos tribunais do júri, eventos organizados para simular o ofício jurídico.

“Conheci Matheus na faculdade de Direito. Ele se destacou desde o início nos tribunais. Foi classificado como destaque de argumentação do curso”, relatou um colega de turma.

Segundo o colega, logo em sua estreia no tribunal, Matheus recebeu homenagens como destaque e foi classificado para o tribunal de recepção e apresentado aos novos acadêmicos da faculdade em um grande auditório.

“Coutinho era um cara querido, peculiar e genial à sua própria maneira. Sempre demonstrou preocupação com sua família, principalmente junto aos seus irmãos”, recorda o amigo.

Muito capaz de falar em público, levantava argumentações em excelente tom, demonstrava aos ouvintes ter raciocínio lógico e uma imensa capacidade de transmitir emoções. Para o amigo, quando Matheus entrava no tribunal era como se tivesse exercendo um papel ao qual estava destinado a sua vida toda.

“Sem sombra de dúvidas se destacava onde estava, seja pelo carisma, seja pelo seu mero jeito de ser. Só espero que a justiça seja feita”, finaliza o colega.

Passados quatro anos, Matheus é lembrado em um tribunal do júri, mesmo local onde sonhava em um dia trabalhar. A previsão é que até o fim desta quarta-feira (19), seja divulgada a sentença de Jamil Name Filho, o ex-guarda municipal Marcelo Rios e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo acusados pela morte do jovem.

Em relação à sentença, o colega de turma diz confiar na instituição do Tribunal do Júri e espera que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados dentro dos parâmetros legais.

“É impossível trazer o Matheus de volta. Espero que a memória dele persista como o garoto querido e genial que era. Fico pensando em como ele iria trilhar uma carreira de excelência, em todo o potencial perdido e na dor injustamente infligida à sua família e círculo social”, finaliza.

Paulo Xavier, pai de Matheus (Nathalia Alcântara, Midiamax)

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