A cada 10 pessoas que tentam CNH em Mato Grosso do Sul, três são reprovadas nos exames

Confira lista com índice de aprovação e reprovação das autoescolas do Estado

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(Foto: Arquivo, Midiamax)

A cada 10 pessoas que dão entrada no processo de habilitação em Mato Grosso do Sul, três não conseguem ser aprovadas nos exames teórico ou prático exigidos pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito). Nos últimos 12 meses, 18.706 pessoas fizeram as provas, mas apenas 13.131 foram consideradas aptas a dirigir, fazendo com que o índice de aprovação do último ano fechasse em 70,2%.

No Estado, 264 autoescolas são credenciadas para o processo de formação de novos condutores. Dos 79 municípios, apenas Jateí, Figueirão e Taquarussu não contam com os chamados CFCs (Centros de Formação de Condutores), respectivamente, as cidades acumulam a menor população de Mato Grosso do Sul, com menos de 3,7 mil moradores cada uma.

Com ao menos uma autoescola em 76 municípios, é possível encontrar empresas que formam novos motoristas e motociclistas até mesmo em cidades de pequeno porte, como é o caso de Alcinópolis e Rio Negro, que têm população inferior a 5 mil pessoas. 

Risco de rebaixamento 

Apesar do índice de aprovação em patamar satisfatório, 71 Centros de Formação de Condutores correm o risco de suspensão por baixo índice de aprovação nos exames de habilitação. Das 71 autoescolas com risco de rebaixamento, 33 ficam em Campo Grande. 

Em dezembro de 2020, portaria do Detran-MS e resolução do Conselho Nacional de Trânsito determinaram que as autoescolas do País devem manter percentual de aprovação igual ou superior a 60%, sob pena de não renovar o credenciamento anual, exigido para funcionamento. 

Conforme dados do Detran-MS, as autoescolas com pior índice de aprovação em Mato Grosso do Sul são: 

Já na Capital, as 10 empresas com pior índice de desempenho são: 

Na outra margem, dois centros de formação aparecem com 100% de aprovação: o do Corpo de Bombeiros, que atende exclusivamente militares já habilitados para condução de viaturas da Corporação, e o Centro de Condutores do Senai, que promove capacitação e atualização de condutores já habilitados nas categorias C, D ou E.

Com percentual respectivo de 94,11% e 93,54% na aprovação dos alunos, os centros de condutores ligados ao serviço militar de Dourados e Campo Grande também aparecem com saldo positivo, no entanto, assim como no caso dos bombeiros, a formação é exclusiva para agentes do Exército Brasileiro. 

Excluindo as autoescolas específicas para militares ou pessoas que já sabem dirigir, as empresas com maior índice de aprovação em Mato Grosso do Sul são:

Na Capital, as autoescolas com melhor avaliação são:

Em Campo Grande, o CBC (Centro Brasileiro de Condutores) ostenta uma das melhores posições no ranking municipal e aparece entre os 10 melhores índices de aprovação no Estado. Para Adilma Ferreira de Almeida, diretora do Centro especializado em aulas teóricas, tornar os cursos flexíveis e dinâmicos aproxima os alunos da realidade do trânsito e facilita o aprendizado. 

“O curso de formação teórica é feito em 12 dias e além das aulas, é preciso criar estratégias para que o aluno absorva o conteúdo. Por isso, a cada módulo nós fazemos rodas de conversa, exercícios, dinâmicas em sala de aula e por fim um simulado. Além de fornecer material didático, oferecemos caminhos para pesquisa e suporte para dúvidas, sempre entendendo e se adequando à particularidade de cada um”, detalha.

Em média, a empresa recebe até 350 por mês e ainda tem como meta influenciar positivamente no controle emocional de cada futuro condutor. “A autoescola também deve acolher”, finaliza Adilma.

Como fazer?

Para ter acesso à CNH (Carteira Nacional de Habilitação) é preciso ser maior de 18 anos, saber ler e escrever e ter documento de identidade e CPF. Após contratação do processo de habilitação em uma autoescola credenciada, o candidato passa por avaliação psicológica, exame de aptidão física e mental e curso teórico. 

Nas aulas teóricas, com duração total de 20 horas, motoristas em formação aprendem sobre legislação de trânsito, direção defensiva, noções de primeiros socorros, proteção e respeito ao meio ambiente, convívio social no trânsito e noções sobre funcionamento do veículo. A prova tem 30 questões e exige acerto mínimo de 70%.

Aprovado no exame teórico, o candidato entra no curso de prática de direção veicular, com no mínimo 20 horas aulas. O processo termina com o exame prático, que autoriza ou não a habilitação do morador. 

Quanto custa?

Levantamento feito pelo Jornal Midiamax apontou que, em Campo Grande, o preço da Carteira de Habilitação custa, em média, a partir de R$ 2,5 mil. O valor varia de acordo com as condições de pagamento, que podem incluir parcelamento em até 12 vezes, por exemplo. 

Desde janeiro deste ano, o Detran de Mato Grosso do Sul atualizou as taxas cobradas no processo, que custam R$ 734,43 para habilitação de moto ou carro e R$ 854,79 para quem for tirar as duas categorias. 

Em Mato Grosso do Sul, pessoas de baixa renda têm a oportunidade de tirar a carteira de habilitação de graça. No início do ano, o Detran publicou edital que convocou 750 candidatos aprovados no programa para dar abertura ao processo da primeira habilitação. 

Confira mais reportagens da série do Jornal Midiamax sobre o trânsito

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