Trabalhadores que foram à UBS (Unidade Básica de Saúde) Jockey Club acabaram voltando para casa sem testagem covid-19, nesta quarta-feira (19), mesmo permanecendo na fila por cerca de 4h. Indignados, pacientes procuraram na unidade, mas não encontraram funcionários para prestar o serviço ou repassar o motivo do adiamento nas senhas.
 
Um paciente, que preferiu não se identificar, conta que chegou ao local com a esposa por volta das 7h15, horário em que estava marcada o início da distribuição de senhas. Após horas sem mover a fila, entrou na UBS para saber o motivo da demora, apenas um atendente resumiu que não havia outros funcionários para agilizar o atendimento.
 
“Questionei o porquê da demora, ele me disse que iria começar às 9h, mas às 10h25, o mesmo funcionário disse que só teria teste em mais 5 pessoas, tinha 18 só na minha frente. Fiquei com muita raiva pela forma de tratar os pacientes, pois o mesmo relatou que só voltariam realizar o exame 13h e 13:30, que todos ali que já estavam aguardando poderia ir embora e volta à tarde ou aguarda na fila para fazer o exame. Várias pessoas vão perderam o dia não atestar estar com covid, caso estivessem”, disse.
 
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Pacientes da UBS Silvia Regina. (Foto: Marcos Ermínio)
A falta de teste também foi motivo de reclamação de pacientes que procuraram atendimento na UBS Silva Regina. Junia Cristina Alves, de 39 anos, tentou pela segunda vez remarcar o teste. Ela chegou por volta das 7h30, e ainda foi a última a conseguir pegar uma senha. “Está bem quente, hoje é a segunda unidade, mas desta vez consegui (pegar senha). Hoje tinha 30 (distribuídas)”, disse.
 
Priscila da Silva Rodrigues, 29, conseguiu pegar a 18ª senha após chegar na unidade às 6h40. “Ontem à tarde eu fui ao Dom Bosco, mas estava muito cheio e não tinha mais senha. Fui em duas UBS e não tinham mais”.
 
Na Ana Maria do Couto, Adilson de Assis Moreira, 50, foi o primeiro da fila, mas questionou a demora. “Cheguei 7h, domingo (passado) foi mais rápido”.
 
Dirse Siqueira Aguirre, 62, embora o tempo de espera, não questionou o atendimento. “Está demorando para fazer (teste), mas a consulta rápida, o maior problema é a demora e poucos testes”, relatou.
 
Em nota a (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o número de atendimentos é feito conforme a capacidade operacional de cada unidade. Pelo fato da demanda ser espontânea, ou seja, sem a necessidade de agendamento, é necessário limitar o número de atendimentos para que não seja possível atender a todos dentro do período de funcionamento de cada local.
 
“Cabe esclarecer ainda que é necessário seguir todo um protocolo que envolve desde o acolhimento à triagem do paciente, até efetivamente a coleta do teste. Atualmente, mais de 1,5 mil testes estão sendo realizados por dia na rede de saúde de Campo Grande. O município conta com 72 unidades para realização do teste, além do Centro de Testagem na região central, que tem realizado uma média de 500 a 600 testes por dia”, comunica.