Vai nadar? Confira as orientações dos Bombeiros para evitar afogamentos de crianças e adultos

Entre 1º de novembro e 13 de dezembro de 2022, o Corpo de Bombeiros já atendeu 8 ocorrências de afogamento em Mato Grosso do Sul, sendo quatro delas com óbito

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Ilustrativa (Foto: Divulgação / Governo de Mato Grosso do Sul)

Festas de fim de ano, confraternizações e férias escolares são o motivo ideal para que rios, praias e balneários façam parte do entretenimento. Mas apesar das orientações do Corpo de Bombeiros, muitos afogamentos ainda acontecem neste período do ano. Pensando nisso, a corporação elaborou uma série de orientações para evitar tragédias nos momentos de lazer.

Neste ano, entre 1º de novembro e 13 de dezembro – pouco mais de 30 dias – o Corpo de Bombeiros já atendeu 8 ocorrências de afogamento em Mato Grosso do Sul, sendo quatro delas com óbito. No ano passado, entre 1º de novembro e 31 de dezembro foram 20 ocorrências, com 6 mortes. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2021 (1º de janeiro e 28 de fevereiro) foram 21 ocorrências por afogamento, no Estado, e cinco pessoas vieram a óbito.

Afogamento de crianças  

Sabendo que a cada três horas uma criança no país morre afogada dentro de casa, conforme dados da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Antonio Cezar Pereira, explica que crianças nunca, em hipótese alguma, devem ser deixadas sozinhas próximas de piscinas ou outros lugares com água.

“É preciso manter o contato visual durante todo o tempo que a criança estiver próxima da piscina. Inclusive, o uso de boias não exclui este contato visual. Pais precisam estar em estado de vigilância constante porque os acidentes acontecem, justamente, naqueles 30 segundos que a pessoa acredita que nada vai acontecer”, ressaltou o coronel.

O comandante alerta também as famílias que possuem piscina em casa e lembra que isolar o local é o melhor a ser feito. “É preciso criar obstáculos para evitar que a criança chegue próximo da piscina. Existem grades, lonas, cercas, e tudo isso é importante para evitar a proximidade”.

Outra dica que pode ajudar em casos de acidente é deixar objetos flutuantes dentro da piscina. “Se a criança cair, ela pode se agarrar a uma boia ou a um macarrão. Isso vale para crianças maiores que já têm um certo reflexo”, disse.

Ilustrativa (Foto: Divulgação / Governo de Mato Grosso do Sul)

A rapidez no resgate pode ser crucial para que a vítima recobre a consciência. Sendo assim, o coronel Antonio explica que rapidamente o Corpo de Bombeiro deve ser acionado. “Neste tipo de ocorrência realizamos uma manobra técnica de respiração e o quanto antes ela for feita, mais chances a vítima tem de sobrevivência”.

Assim como o motorista da rodada, o coronel lembra que nas festas de fim de ano ou em outras confraternizações, é preciso que um adulto esteja de prontidão para tomar conta das crianças. “É importante que se tenha o ‘cuidador da rodada’, alguém que não irá consumir bebida alcoólica apenas para tomar conta das crianças”.

Outra preocupação é o uso do celular. “Muitos afogamentos acontecem com os pais ou responsáveis próximos à piscina. É um pequeno momento de distração e o celular é um dos campeões nesta situação”, alerta o coronel.

O zelo com as crianças deve incluir as mais velhas também para evitar outros tipos de incidentes, explicou o coronel. “Crianças e adolescentes costumam brincar, correr em volta da piscina e isso também pode gerar quedas e outros acidentes. Por isso é importante estar atento aos mais velhos”, esclareceu o coronel.

Balneários, Praias e Rios

Curiosamente, grande parte dos afogamentos em praias e rios é de pessoas que sabem nadar, segundo o Corpo de Bombeiros.

“Geralmente as pessoas querem atravessar o rio por desafio dos colegas ou por encorajamento próprio. Isso é altamente perigoso. A pessoa acha que tem capacidade física, mas muitas vezes já ingeriu bebida alcoólica, e, além disso, rios e praias são traiçoeiros. Não se deve arriscar, mesmo que se saiba nadar. Seja no rio ou no mar, o banhista deve se lembrar que debaixo d’água podem ter galhos, buracos, anzóis de pesca, coisas que podem ocasionar o afogamento”.

Nas praias movimentadas a sinalização indica o perigo da correnteza, mas em lugares mais afastados e desertos, essa sinalização pode não existir e a orientação do Corpo de Bombeiros é de alerta. “Além da sinalização não ser comum nestas praias mais afastadas, o fluxo reduzido de banhistas pode ser um problema se for necessário pedir socorro. Então, não entre em mares agitados”.

Outro alerta é sobre o salvamento feito nesses locais. “Em rios e praias o resgate só deve ser feito por pessoas que sabem nadar e que realmente estão preparadas para isso. Nesses casos, na maioria das vezes, a vítima tenta se agarrar na pessoa que está tentando fazer o salvamento e os dois podem acabar se afogando. Quando não há alguém preparado para o resgate, tente jogar uma corda, uma boia ou algum objeto que flutue. Do contrário, os dois podem morrer afogados”.

Já nos clubes, o profissional salva-vidas é obrigatório, o que, segundo o coronel, ajuda na proteção, mas não impede que acidentes aconteçam. “Mesmo em clubes, as crianças devem sempre estar sob a supervisão de adultos”.

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