Um dia após aumento, demanda por carros de aplicativo sobe e usuários penam para chegar ao trabalho

Segundo alguns motoristas, o começo da manhã foi de muitas chamadas; já usuários reclamam de demora e cancelamentos

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Uber havia desligado motorista da plataforma
Uber havia desligado motorista da plataforma

Para muitos usuários de aplicativos de carona paga, o começo da manhã desta sexta-feira (11) foi um desafio. Isso porque a demanda esteve extremamente alta entre as 6h30 e 7h30, horário de pico de quem trabalha pela manhã. Um motorista de aplicativo relatou ao Jornal Midiamax que nunca recebeu tantas chamadas. “O mapa está vermelho”, declarou. Campo-grandenses preferiram deixar seus veículos na garagem depois do aumento de gasolina e recorreram ao bom e velho transporte coletivo ou aos carros de app.

Mesmo com a alta demanda, não foi tão fácil assim conseguir uma corrida. O preço não ficou dinâmico — com o valor mais alto que o normal. Pelo contrário, as corridas nesta manhã estavam sendo cobradas por uma quantia até menor que a de costume.

Muita gente ficou na mão ou chegou atrasada porque a aceitação das viagens, nesses casos, costuma ser bem complicada. Em um dos relatos enviados ao Midiamax, o usuário, que já estava atrasado para entrar no trabalho, chegou a oferecer gorjeta de R$ 15,00 para o motorista para que ele não cancelasse a corrida. “Se puder não cancelar, te dou 15 reais de gorgeta (sic)”, disse o usuário.

O cenário é confirmado pelo representante dos motoristas de aplicativo em Campo Grande, Paulo Pinheiro. “Isso tá acontecendo porque muitas pessoas deixaram seus veículos em suas residências, pois esse aumento é surreal”, afirmou Paulo. 

Os táxis também se preparam para o aumento da demanda. No centro, o motorista Argemiro Vilia Oliveira, de 61 anos, disse que ainda não deu tempo de sentir a diferença, pois havia começado a trabalhar, mas acreditava, com sua experiência, que isso iria acontecer. “Vai dificultar pra todo mundo”.

Descontentes

A classe se organiza para, no final de março, realizar uma ação em Campo Grande protestando contra decisões da administração sobre a regulamentação desse trabalho, mas não há o que fazer a respeito do combustível, que também é ferramenta de trabalho.

Desanimados com o aumento, motoristas já falam em arrumar um emprego formal e até mesmo vender o carro. A alta demanda também não empolga, já que, na manhã desta sexta-feira (11), depois que a população decidiu guardar seus veículos e recorrer aos aplicativos, boa parte dos motoristas optou por não aceitar diversas viagens. Diante da situação, o lamento: “Não temos o que fazer, nem a quem recorrer quanto a isso”.

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