Tecnologia: Pesquisadores de MS desenvolvem combustível através de resíduo de eucalipto
Além de ser avanço na produção, combustível renovável contribui para a redução de emissão de gases
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Mato Grosso do Sul é um dos estados com maiores colheitas de eucalipto do país, o que incentivou pesquisadores do Estado a produzir biomassa, que estão avaliando o potencial do combustível renovável por meio do resíduo. Além de alto desempenho, a tecnologia contribui para a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa.
Os pesquisadores industriais fazem parte do ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS). Devido ao grande volume de áreas plantadas para atender as indústrias de papel e celulose. Segundo o Ibá (Instituto Brasileiro de Árvores), em 2020 havia 1,13 milhão de hectares em área plantada dessa cultura.
Vale destacar que o Estado está em segundo colocado no ranking nacional em áreas cultivadas, com 1.135 milhão de hectares, além de produzir em torno de 5 milhões de toneladas de celulose por ano, o que corresponde a 25% da produção nacional, conforme o relatório anual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ibá e ComexStat.
No entanto, o resíduo não aproveitado acaba apodrecendo no terreno, o que produz metano — um dos gases que, em altas concentrações na atmosfera, levam ao aumento da temperatura média global. Vendo o potencial, os pesquisadores iniciaram parceria com a empresa Eldorado Brasil Celulose com proposta de gerar dois combustíveis: um biocarvão e um “diesel verde”. Ambos podem ser empregados de várias formas no ciclo produtivo da celulose, desde o abastecimento de maquinário até a geração de energia térmica. Essa é a ideia do projeto “Forest4fuel”, que foi aprovado em edital da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul).
Tiago Hendrigo de Almeida, um dos idealizadores do projeto, explica a teoria por trás da ideia. “Os tocos e raízes da planta são ricos em lignina, o macroconstituinte que confere resistência mecânica à planta. Já sabemos que a partir da pirólise desses materiais produzimos biocarvão e bio-óleo pesado. O que a pesquisa se propõe é uma prova de conceito, isto é, validar na prática o que já se sabe na teoria”.
O pesquisador industrial comenta ainda sobre os inúmeros benefícios no aproveitamento da biomassa. “Uma vez que o talhão estará livre de resíduos, o próximo ciclo do plantio de eucalipto pode ser acelerado. Também estaremos promovendo a redução da emissão de gases de efeito estufa”.
O projeto contará com recursos de R$ 610 mil da Fundect e será desenvolvido ao longo de dois anos.
(Com informações da assessoria)
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