Desde o anúncio do novo bloqueio do MEC (Ministério da Educação) no orçamento da Educação que atinge a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), estudantes temem impactos no funcionamento da universidade pública. Alunos organizam atos contra a decisão que atinge os câmpus públicos do Brasil.

Presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFMS, Wellington Idino, explica que alunos têm relatado que a situação preocupa quem depende das bolsas e auxílios financeiros, principalmente após um ano de recuperação do período pandêmico.

A sensação é de insegurança, já que assuntos ligados à educação perdem a força durante festejos do fim de ano e Copa do Mundo.

“A UFMS não tem recurso financeiro para cumprir com os pagamentos dos empenhos, que são despesas que já estavam comprometidas no orçamento da universidade. Com isso, a falta de recurso afeta os pagamentos dos funcionários terceirizados, obras de infraestrutura, água, luz e as bolsas”.

Contas para 2023

Para evitar o desgaste, o diretório tem criado redes de apoio aos estudantes, somando movimentos de sindicatos, DCEs e outras universidades públicas do Estado. Idino ressalta que sem a liberação financeira, as contas do futuro funcionamento da unidade serão impactadas, já que o novo orçamento está previsto para fevereiro de 2023.

“Por estar num final de ano, último mês do orçamento anual de 2022, deixa todos em situação de emergência, porque não se sabe quando essa situação será resolvida. Para administração central da UFMS, essa situação é inédita, pois com as contas empenhadas, não contava com a suspensão do financeiro, que é um dos últimos processos de pagamento das contas empenhadas”.

Cerca de 200 alunos da unidade de Campo Grande participarão do ato marcado para as 9h de quinta-feira (8), na Praça Ary coelho. Também haverá mobilização em Dourados, na Praça Antônio João, na Praça da Independência, em Corumbá.

Bloqueio impacta 4 mil alunos da UFMS

Em nota, a UFMS informou que o atual bloqueio do repasse pelo governo federal prejudicará mais de 4 mil estudantes da Universidade.

Com a suspensão dos repasses por parte do governo federal neste mês de dezembro para as universidades federais, não será possível pagar as bolsas, auxílios de apoio a estudante com deficiência, de permanência, de moradia, de alimentação e de creche, além das bolsas de iniciação científica, PET, PIBITI, Pesquisa, Apoio à Docência, Pró-estágio e Promisaes na UFMS, além dos contratos de serviços terceirizados, diárias e outros serviços contratados.

Ainda de acordo com a universidade, por meio do Decreto e informações reiteradas por mensagem Siafi 2022/3095354, enviada pelo Setor Financeiro do MEC, na noite do dia 1º de dezembro, foi informado que as universidades federais não receberão repasses financeiros até o final deste ano.