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Cotidiano

Após incêndio que destruiu barracos, famílias precisam de ‘tudo que vai dentro de uma casa’

De roupas e alimentos a colchão, moradores da Cidade de Deus pedem ajuda
Mirian Machado, Ranziel Oliveira -

O incêndio na favela Cidade de Deus, que destruiu pelo menos cinco barracos e matou três filhotes de cachorro na tarde de quinta-feira (25), na região do Bairro Dom Antônio Barbosa, em , deixou moradores sem ter onde dormir, o que vestir e até crianças sem poder ir à escola.

Em frente aos barracos estão sendo construídas casas de alvenaria que serão das próprias famílias.

O incêndio atingiu a casa da Vanessa Ferreira Roberto, de 40 anos. Ela mora com os quatro filhos de 19, 15, 10 e 3 anos. Ao Jornal Midiamax, Vanessa contou que estava arrumando o filho de 10 anos para ir à escola. “Na hora que eu vi o fogo já estava na cama. Só deu tempo de tirar as crianças para fora. Mas eles precisam de roupa e material escolar para voltar a estudar. Perdi tudo, mas os móveis a gente recupera, o mais importante é eles estudarem”, conta.

Dentre todos os móveis, documentos, roupas e alimentos que perdeu, Vanessa se preocupa com os filhos que estão sem estudar. “Ele já tinha perdido tudo com a chuva, agora vem o fogo. Como eu explico para uma criança que a dela está impotente?”, questiona a dona de casa. Vanessa passou a noite com os filhos na casa de outra filha mais velha, de 22 anos.

O fogo teria iniciado na casa dela e mesmo sem saber a causa se sente culpada, pois destruiu barracos vizinhos também. “Quando eu vi que não tinha mais jeito na minha casa, tentei apagar dos lados. É muito doído, porque não foi só na minha, por mais que a culpa não foi minha fica o sentimento de culpa”, lamentou.

Sr João diz que apesar de precisar de tudo um pouco, está tranquilo pois tem que ter paciência. (Foto: Henrique Arakaki)

Quem também teve que se virar foi Greice Kelly, de 32 anos. Ela com as duas meninas de 10 e 12 anos e os meninos de 15 e 17 totalizaram 12 pessoas que tiveram que passar a noite no barraco da irmã, após ter o lar destruído pelo fogo.

Não bastasse a situação que estão passando, precisando de alimentos, roupas e móveis, ela lamenta que ainda pode piorar. “Eu consegui um fogão doado, mas em meio à bagunça de ontem roubaram meu botijão”, relata.

Ela pede ajuda para conseguir roupas de frio para os filhos. A geladeira queimou e o jeito agora é recomeçar. “Ainda bem que não perdemos vidas”, disse confiante e esperançosa.

O idoso, João de Andrade, de 64 anos, dormiu no imóvel em construção mesmo, ele conseguiu ajuda com um colchão e ficou por ali mesmo, já que não tinha para onde ir. Com semblante tranquilo e calmo, ele relata que tem que ter paciência e esperar.

“Estou tranquilo por estar com saúde. As coisas são assim mesmo, as coisas materiais a gente recupera, a doença que é terrível”, conclui, informando que precisa de ajuda com fogão, geladeira, cama, guarda-roupa, televisão e “tudo que vai dentro de uma casa”.

Para ajudar os moradores, quem puder fazer qualquer tipo de doação pode entrar em contato por meio dos telefones 9 9108-9574 (Silvia, filha da Vanessa), 9 8184-7389 (Gleice) e 9 9290-5040 (João).

Vanessa chora ao lembrar de incêndio que destruiu barraco onde morava com os quatro filhos (Foto: Henrique Arakaki)

Incêndio

A suspeita é de que o fogo tenha começado após curto-circuito em um dos barracos.

Na confusão durante o incêndio, três filhotes de cachorro não puderam ser salvos. Os animais foram encontrados por socorristas, mas já estavam mortos. Ao todo, o Corpo de Bombeiros utilizou 15 mil litros de água no combate e até um trator de vizinhos foi usado no trabalho.

Flávia Novaes, representante da empresa que está construindo as casas de alvenaria, esteve no local e informou que as casas já cobertas serão abertas com autorização da Prefeitura para que os moradores se abriguem. As vítimas do incêndio também terão prioridade na finalização dos imóveis.

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