A greve dos auditores fiscais da começa a alertar sobre os prejuízos do atraso do transporte de carga em Mato Grosso do Sul, por conta da operação padrão adotada há 25 dias. Sem o reajuste do abano salarial da categoria e a paralisação dos serviços, mais de 500 caminhões se aglomeraram em pátios da alfândega do Estado.

O protesto da categoria reivindica o corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento do órgão para este ano, pelo descumprimento de acordo para a regulamentação do pagamento de bônus de produtividade para a categoria e ainda pela falta, desde 2014, de concurso público para a classe.

Segundo o Sindifisco-MS (Sindicato Nacional de Auditores-Fiscais da Receita Federal de MS), a análise detalhada da documentação e vistoria rigorosa dos veículos de carga provoca a formação de uma fila de quase 500 caminhões nas unidades alfandegárias de Corumbá, Mundo Novo e Ponta Porã, considerando o baixo efetivo de servidores.

“A situação mais crítica é no Porto Seco de Corumbá, o principal corredor de comércio exterior do Brasil com a Bolívia e por onde passam diariamente mais de 200 carretas. No fim da tarde de quarta-feira (18), tinha 313 veículos e outros 27 fora, aguardando a abertura de vagas”, informou o sindicato.

Já em Mundo Novo, fronteira com o Paraguai, o pátio da aduana também está lotado, com cerca de 70 caminhões. Em Ponta Porã, são 60 caminhões aguardando liberação alfandegária. Os veículos lotam o pátio e ruas próximas. O sindicato alerta que há duas semanas estão desabastecidos com alguns produtos da construção civil.

“Além da operação padrão, auditores-fiscais que ocupavam postos de chefia também entregaram os cargos no fim do ano passado sendo adotada pela categoria a meta zero, ou seja, ações e fiscalizações não serão concluídas e projetos operacionais estão paralisados”.

Em nota, a assessoria de imprensa da Receita Federal informou que não se manifesta sobre greve.