Morar em um bairro onde todas as ruas têm asfalto é o desejo de todos os moradores que moram nos bairros mais afastados de Campo Grande. O bairro Oliveira foi um dos contemplados para receber pavimentação, mas duas ruas serão deixadas para trás nesta etapa da obra, o que motivou a reclamação dos moradores.
Quem mora na Rua Abelardo Barbosa ou na Rua Alberto Jissum Minei, conta que a frustração foi inevitável ao saber que as vias seriam as únicas deixadas no ‘chão batido’.
Paulo da Silva Justino, de 43 anos, mora no bairro desde 2004 e acredita que após o problema da drenagem ser concluída, uma nova frente de obras no bairro poderá levar anos para recapear o trecho.
“São duas ruas que ficaram de fora. Vão resolver o problema da drenagem e acabou, não vão vir mais para cá. Não podemos ficar assim, é uma indignação muito grande. São apenas duas ruas”, disse.
O morador relembra que quando se mudou para o bairro, apenas as ruas de linha de ônibus eram asfaltadas. “Vamos esperar mais 10 anos para asfaltarem essas duas ruas?”, questiona.
O porteiro Celestino Ortiz, de 65 anos, se decepciona ao saber que sua rua será deixada de fora da obra tão sonhada de asfalto. “Nossa rua não vai ser asfaltada de novo. Quando fizeram [obra anterior de asfalto], asfaltaram somente a linha de ônibus, o resto ficou tudo para trás. Moro aqui tem 20 anos e é um pedaço de rua entre dois trechos que já são asfaltados. E vai ser deixada de fora dos mapas de asfalto”, disse.
Os moradores pontuam que as ruas que serão deixadas para asfaltar na próxima etapa causam alagamentos e carregam pedras e terra para a Avenida Lúdio Martins Coelho quando chove. Asfaltar o trecho seria uma solução não apenas para os moradores, que se livrariam da poeira, mas também para os condutores da avenida.
Elloyr Andrade da Silva questionou a medida. “Eu não entendi uma coisa dessa. Como que assinam um projeto desse, onde vão asfaltar tudo e deixar somente duas ruas para trás? Todo mundo estava feliz que iria asfaltar, mas estava bom demais para ser verdade”, desabafou.
Prefeitura diz que ruas estão em novo planejamento
Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) disse que as duas ruas que não foram contempladas no projeto, estarão em novo planejamento do Município. Não foi detalhado o motivo de apenas duas vias serem deixadas para outro cronograma.
“A Sisep informa que nesta primeira etapa das obras está programada a execução de 10 km de pavimentação. O restante do bairro será contemplado numa segunda etapa do projeto que já está no planejamento”, disse em nota.
Licitação soma mais de R$ 10 milhões
Algumas das ruas do Bairro União e do Bairro Oliveira III serão asfaltadas por R$ 7 milhões, segundo resultado de licitação divulgado no Diário Oficial da União em 18 de agosto de 2022. A licitação é o complemento dos lotes divulgados no último mês, que somam mais R$ 10 milhões.
De acordo com os projetos, a empresa vencedora da licitação, Engevil Engenharia Eireli, também fará os sistemas de drenagem, que deságuam seus efluentes em drenagens já existentes e que, por fim, contribuem ao córrego Lagoa.
O projeto de asfalto nas ruas terá calçadas com passeio de concreto na largura mínima de 2,00m, e nas rampas de acessibilidade piso tátil direcional e de alerta, na largura de 40 centímetros, segundo o edital.
Confira as ruas a serem asfaltadas:
Rua Mogi Mirim: 349,190 metros
Rua João Rezek: 180,980 metros
Rua Manoel Augusto Brito: 179,330 metros
Rua Ovino P. de Oliveira: 180,260 metros
Rua Pepino Giordano: 196,210 metros
Rua Edelmira Nunes Oliveira: 194,900 metros
Rua Guilherme Satírio: 195,350 metros
Rua Beira Rio: 248,010 metros
Rua Cristino P. Barbosa: 306,730 metros
Rua Helio Bais Martins: 228,800 metros
Rua Jurandir Santana Nogueira: 226,080 metros
Rua Miguel A. Abuhassan: 413,510 metros
Travessa Rafael Giordano: 339,690 metros
Travessa Emilio Garcia Barbosa: 315,830 metros
Rua Lagoa Mandiore: 74,750 metros
Rua João Ferreira Lucio: 80,000 metros
Rua Conceição M. Biazoto: 406,680 metros
R. Maria Carloto Giordano: 200,990 metros.
