A Santa Casa de Campo Grande realizou a segunda cirurgia deste ano em distração osteogênica mandibular, desta vez, em um bebê. A anomalia congênita chamada de Sequência de Robin caracteriza o osso da mandíbula menor, o que causa a retração da língua e obstrução das vias aéreas.

A operação foi liberada pelo cirurgião e chefe do serviço, Everton Pancini. A idade da criança não foi divulgada, mas o hospital informou que o paciente apresentava um quadro de diversas patologias e uma delas é a Sequência de Robin. Para dar continuidade aos demais procedimentos, a distração foi a primeira cirurgia necessária.

Conforme a unidade, a síndroma é comum em pacientes neonatais, condição dificulta principalmente a respiração e alimentação e, por isso, há necessidade de fazer a cirurgia para que o mesmo tenha uma melhor qualidade de vida.

Alta complexidade

A cirurgia de alta complexidade reuniu diversos especialistas para acompanhar o caso. “Muitos riscos estão associados à cirurgia, mas nós temos experiência na Santa Casa e, por isso, somos umas das referências nacionais pela quantidade de pacientes abordados e pelo sucesso dos casos. E mesmo não estando no rol contemplativo do Sistema Único de Saúde (SUS) e a indicação cirúrgica também ser criteriosa, o procedimento tem ajudado muitos pacientes, ”, destacou o cirurgião bucomaxilofacial do hospital, Lucas Meurer, um dos responsáveis pelo caso.

(Foto: Divulgação/Santa Casa)
(Foto: Divulgação/Santa Casa)

Ao total, o serviço já realizou outros quatro procedimentos e o número que parece pouco se torna honroso tendo em vista que, na região centro-oeste, não há outro hospital que o faça. A cirurgia de distração osteogênica mandibular foi realizada pelos profissionais do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial em novembro, já o dispositivo implantado no paciente, um distrator, não tem cobertura pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e adquirido via judicial pela própria família do bebê.

De acordo com o cirurgião bucomaxilofacial, Lucas Meurer, a patologia rara atinge estatisticamente cerca de um a cada 30 mil nascidos vivos, mas ele também reforça que nos últimos anos houve uma incidência acentuada nos casos.

“Operamos quatro pacientes nos últimos três anos, o que indica o aparecimento de novos casos. E este tem quase um mês de pós-cirúrgico, evoluiu dentro da expectativa esperada e agora retornará em 60 dias para retirada do dispositivo. Os pacientes desta patologia seguem em acompanhamento rigoroso com nossa equipe por meses e até caso seja preciso”, finalizou o cirurgião Lucas Meurer.