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Cotidiano

Santa Casa de Campo Grande admite leitos vazios, mas diz que são ‘reservados’

Hospital nega que esteja forjando lotação, mas relatos de pacientes e de sindicato comprovam situação
Karina Campos -
leito
Leitos vazios na Santa Casa, apesar de corredores lotados (Foto: Fala Povo)

A de emitiu nota nesta sexta-feira (19) admitindo ter leitos vazios, apesar de colocar pacientes nos corredores do hospital. O hospital é acusado de realocar pacientes para os corredores para forjar situação de lotação.

Conforme a nota, esses leitos vazios estariam reservados para casos como pacientes transplantados e de cirurgias eletivas, apesar de não informar a quantidade de leitos que já estariam destinados a esses pacientes.

Embora a situação dos acamados nos corredores mesmo com leitos sobrando, o hospital lamentou tal situação e reafirmou que, mesmo com todas as dificuldades, “busca atender todos de forma mais humana e ágil possível”.

Santa Casa ‘esconde’ leitos para forjar lotação, denunciam pacientes e sindicato

Conforme relato de um paciente, ele teria ouvido de um profissional que o encaminhava para o corredor que tal medida estaria sendo tomada para o hospital ‘forjar lotação’.

Segundo o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de MS), foi feita uma vistoria nesta quinta-feira (18), sendo constatado que vários pacientes estavam sendo transferidos para os corredores de alas diversas, mesmo com leitos vazios, como demonstrado em uma das fotos.

Conforme denúncia, teriam nove pacientes no corredor do hospital, mesmo tendo vagas em leitos no sétimo andar. “As altas ocorreram, liberaram mais leitos e os pacientes ainda permanecem no corredor”, diz leitor.

Segundo o leitor, as macas com os pacientes foram encaminhadas para o corredor na manhã desta quinta-feira (18). “Mesmo tendo condições de acomodar pacientes no leito, diretor técnico do hospital autoriza tais ações”, critica denunciante.

Hospital acusa regulação

Os corredores do hospital estão superlotados por pacientes encaminhados, principalmente do setor de Pronto Socorro e traumato-ortopédico que aguardam a regulação do procedimento cirúrgico. “Neste momento, estamos com elevado número de pacientes, ambas as situações decorrentes principalmente do desrespeito das regras de encaminhamento ao hospital, além das ocorrências primárias, como acidentes de trânsitos e domésticos”, pontua.

A nota ainda ressalta que o número de pacientes que dão entrada no pronto-socorro buscando atendimento de forma simultânea seria maior que a capacidade física e técnica, o que prejudica a assistência. “Assim, com objetivo de diminuir riscos assistenciais, a Santa Casa é participante do Lean nas emergências, do que visa reduzir os efeitos da superlotação nas urgências e emergências, no qual a Instituição participou das capacitações, e que prevê que os pacientes sejam realocados nas enfermeiras, e mesmo nos corredores quando não houver leitos, com toda assistência fornecida aos demais pacientes”.

Santa Casa
Macas nos corredores do hospital (Foto: Fala Povo, Midiamax)

Inquérito por falta de leito

Tramita no MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), desde a última terça-feira (16), um inquérito civil para apurar a falta de habilitação de leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cardiovascular na Santa Casa de Campo Grande. O edital foi publicado na edição do Diário Oficial do órgão.

Em abril, a direção do hospital enviou ofício à 32ª Promotoria de Justiça informando que havia aberto cinco leitos para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e dependia da habilitação, ou seja, o repasse de recursos públicos para manter as vagas.

Em reunião com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Santa Casa e Promotoria de Saúde Pública, o hospital pediu R$ 1,5 mil por leito para a habilitação. A Sesau informou não ter recursos.



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