Há 13 anos Campo Grande ganhava uma nova rodoviária. A inauguração ocorrida em outubro de 2009 marcava uma nova fase, com uma rodoviária a altura de Capital. Tanto tempo depois, fomos conferir como está a estrutura que chega a receber 20 mil pessoas em um único feriado.

Com mais de 6 mil m², o espaço, que parecia gigante e inovador em 2009, hoje parece apenas uma rodoviária comum e pequena para tanta gente. Há 10 dias do Natal, o fluxo de passageiros era intenso na tarde de uma quinta-feira.

A rodoviária de Campo Grande, localizada na avenida Gury Marques, segue cumprindo seu papel de embarque e desembarque de passageiros. Mas, entre as principais reclamações de usuários estão a quantidade e condições dos bancos, a falta de limpeza e higiene nos banheiros e os preços altos dos itens comercializados.

Rodoviária de Campo Grande
Problemas encontrados na rodoviária de Campo Grande. (Foto: Nathália Alcântara)

O que dizem os usuários sobre a rodoviária

Jorge Gabriel, 26, é auxiliar de topografia e veio ao Mato Grosso do Sul a trabalho. Voltando para sua cidade, no Maranhão, ele aguardava na rodoviária quando conversou com a reportagem do Jornal Midiamax.

“Falta um lugar público para tomar banho, com água quente. Aqui tem que pagar e o mau odor do banheiro incomoda muito”, diz ele, que passou uma temporada trabalhando no município de Angélica.

Por sua vez, o acadêmico de medicina Tony Lafuente, 21, viajava de Ponta Porã para Rondônia. Seu trajeto é longo e, para ele, a rodoviária de Campo Grande é boa perto das outras por onde passa.

“No geral é bem organizado o embarque e desembarque, mas o banheiro é sujo. Por ser uma rodoviária tão movimentada também deveria ter mais lugar para sentar. Eu fiquei mais de 30 minutos em pé, o fluxo de gente é muito grande”, conta ele.

A vendedora Lucilene Barroso, 42, estava indo de Ponta Porã para Goiânia. Para ela, comida da rodoviária é boa, mas cara. Ela pagou R$ 17 por uma coxinha e um refrigerante. “Achei bom o lanche daqui, porque a comida nas outras rodoviárias é ruim. O preço é razoável, a gente acha caro quando é ruim. Mas tem gente que não tem condições de pagar”.

Para o acadêmico Donizeth Junior, 22, entre as opções que ele passa indo de Ponta Porã para Rio Verde de MT, a rodoviária de Campo Grande é boa. Ele comeu um x-bacon, comprou uma água e um refrigerante e pagou R$ 42.

“Querendo ou não, essa rodoviária é muito pequena para tanta gente, os lugares estão precários, falta banco e eles estão velhos”, diz.

Lojas fechadas e poucas opções para alimentação

No Terminal Rodoviário Antônio Mendes Canale, o Jornal Midiamax notou que os bancos estão deteriorados, os banheiros sujos, e há apenas duas lanchonetes que vendem comida. Além disso, são sete pontos de comércio fechados e apenas uma loja e dois quiosques funcionando.

Desde que começou a operar, em 2010, a rodoviária é administrada por uma empresa privada, a Socicam. A taxa de embarque vigente até 31 de dezembro de 2022 é de R$ 7,21 para viagens interestaduais, R$ 5,22 para longas distâncias e R$ 1,10 para curta distância.

Rodoviária diz que faz manutenção preventiva

Em nota, a Sociam afirma que o Terminal Rodoviário de Campo Grande possui uma rigorosa rotina de limpeza e manutenção durante às 24 horas de funcionamento do empreendimento, para que possa atender aos passageiros do transporte rodoviário regular com qualidade. Manutenções preventivas ou reparos nas instalações do empreendimento ocorrem com frequência e, muitas vezes, dependem de reposição de peças ou contratação de terceiros, levando mais tempo do que o previsto para sua conclusão. Ainda assim, buscamos agilidade na solução dessas situações. Além disso, constantemente avaliamos e implantamos melhorias no empreendimento, bem como novas práticas que garantam o conforto e bem estar dos nossos passageiros e usuários.

Vale ressaltar que o aumento da demanda durante o mês de dezembro nos obriga a priorizar os reparos emergenciais enquanto, em paralelo, realizamos a manutenção preventiva do empreendimento.

(Matéria editada às 12h40 de segunda-feira (19) para acréscimo de nota retorno da administradora da rodoviária)