Pipas durante as férias deixam aeroportos em alerta, mas MS é ‘estado exemplo’

Acidentes com esse tipo de ‘diversão’ pode ser grave e de grandes proporções

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aeroporto pipa
Imagem ilustrativa – Arquivo Midiamax

Período de férias com as crianças duas semanas em casa e sem compromissos é sinônimo de brincadeiras o dia todo. Mas uma diversão polêmica, mas popular entre a ‘gurizada’ pode causar danos perigosos para a aviação, principalmente perto de aeroportos.

Soltar pipas nessas regiões pode gerar acidentes graves, caso uma aeronave venha a ter problemas de grandes proporções. Por exemplo, as pipas podem ser aspiradas pelas turbinas e motores do avião, além de refletir luminosidade e acaba prejudicando a visão de pilotos e controladores de tráfego.

Recentemente, um vídeo publicado pelo canal “Plane Spotter Joinville” flagrou uma avião ‘cortando’ uma pipa ao aterrizar, em Joinville (SC). Confira o vídeo:

Entretando, Mato Grosso do Sul é um ‘estado exemplo’ sem registros de ocorrências relacionadas a pipas nos três aeroportos do Estado, em Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

Conforme a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), nos últimos cinco anos foram registradas três ocorrências de avistamento de pipa na Capital e uma no aeroporto de Corumbá. Não houve registro em Ponta Porã.

A instituição ressalta que esse tipo de ocorrência não causa impactos às operações de pouso e decolagem.

Outra situação comum nessa época é o surgimento de balão nos céus – um cenário mais perigo que as pipas. Neste mesmo período, segundo a Infraero, não foram registradas ocorrências com balões nestes três aeroportos sul-mato-grossenses.

Perigo para animais

Em Corumbá, pássaros têm sido vítimas das linhas de pipas com cerol e em alguns casos, as aves têm a asa dilacerada pelo corte da linha. Conforme o balanço da Fundação do Meio Ambiente do Pantanal, só neste ano, 19 pássaros foram encaminhados para cuidados veterinários com ferimentos pela linha com cerol.

Ana Cláudia Moreira Boabaid, do CAE (Centro de Atendimento Emergencial aos Animais Silvestres) ressalta que a linha da pipa é muito fina, a ave não consegue perceber enquanto sobrevoa. O resultado do acidente é um corte profundo, geralmente em sua asa, podendo ser comparado a um corte a laser.

Em quase 90% desses casos, o material atinge um ligamento da asa responsável pelo voo e, uma vez rompido, condena o animal a nunca mais voltar a voar na vida.

pássaros feridos no Pantanal
Na maior parte dos casos, linha atinge ligamento da asa e pássaros não voltar a voar. (Foto: Divulgação)

Dentre as espécies mais afetadas estão: Urubu, maritaca, arara, papagaio, piriquito e tucano. Os danos irreversíveis ou a morte dessas aves, causam desequilíbrio ecológico.

Pipa e motociclistas

Outros inimigos históricos das linhas com cerol são os motociclistas – as principais vítimas em acidentes envolvendo a ‘brincadeira’. Ciclistas também entram nessa lista.

Recentemente, em Campo Grande, um homem, de 30 anos, levou um susto ao ser atingido por uma linha com cerol, na Avenida Lúdio Martins Coelho. Felizmente, ele teve apenas seu casaco cortado, mas seu pescoço quase foi atingido.

Segundo o motociclista, que reside no bairro Buriti, é normal a prática de “soltar pipas” em uma praça popularmente conhecida como Redondo. “Até aí tudo bem, mas o que acontece é que todos utilizam o cerol”, disse o motociclista.

Vale lembrar que o uso do cerol é considerado crime penal, artigo 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. Crianças e adolescentes flagrados serão apreendidos e encaminhados às autoridades, já maiores de 18 anos podem ser presos em flagrante e o material apreendido.

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