Último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) mostra que, nos oito meses deste ano, 19 sul-mato-grossenses perderam a vida para a dengue no Estado. Apesar da gravidade da doença, que continua a fazer vítimas, pesquisa feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) revela que 35% dos moradores da região Centro-Oeste, onde fica Mato Grosso do Sul, acreditam que a doença deixou de existir no período da pandemia.

Ainda de acordo com o levantamento, que envolveu pessoas de todas as regiões do País, outros 25% dos moradores do Centro-Oeste avaliam que o risco de contrair dengue diminuiu durante a pandemia.

“Essa realidade revelada pela pesquisa é preocupante. Com a urgência da pandemia de COVID-19, muitas doenças infecciosas, como as arboviroses (que inclui a dengue), foram colocadas em segundo plano e até esquecidas. Precisamos retomar a discussão e cuidados com a dengue, focando em disseminar informações e campanhas de conscientização que estimulem a prevenção”, afirma Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Com a realidade apontada na pesquisa, especialistas apontam para o perigo que há no relaxamento das ações de prevenção à dengue. Prova disso é que mais da metade, um total de 55% dos entrevistados das regiões Norte e Centro-Oeste, considera que os cuidados com a dengue diminuíram no cenário da pandemia.

Em Mato Grosso do Sul, os números vão contra o pensamento dos moradores ouvidos no levantamento. Em 2020, por exemplo, ano em que foi declarada a pandemia, o Estado registrou surto de dengue, com 43 óbitos registrados.