Passageiros elegem Morenão e General Osório como os piores terminais de Campo Grande
Estrutura sucateada e falta de água em bebedouros são principais reclamações de usuários
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A falta de manutenção, segurança e estrutura nos terminais de Campo Grande não é novidade. Ano após ano, as reclamações são as mesmas e alguns se sobressaem a outros em relação aos defeitos encontrados. Em conversas com diversos passageiros do Consórcio Guaicurus, a reposta é clara: Morenão e Gen. Osório são os piores do município.
A reportagem foi às ruas para ouvir dos próprios passageiros o porquê desses terminais ganharem o status de ‘piores de Campo Grande’ e, após diversas entrevistas, é possível perceber que não se trata de situações especificas encontradas nesses locais, mas a constância desses problemas.
“É a estrutura e organização, é difícil de entrar nos ônibus, o terminal é inferior aos outros”, resumiu Matheus Rodrigues, de 29 anos, que retornava do Centro da Capital para o referido terminal. Independente da pessoa, as opiniões são similares, “os banheiros são horríveis e não tem bebedouro”, comentou Vinícius Carrilho de Arantes, de 23 anos.
Com os relatos, a reportagem decidiu ir ao local para compreender a revolta dos passageiros. Ao chegar ao Terminal General Osório, uma parede sem reboco e pintura serve como um cartão de ‘boas-vindas’ para o que será encontrado no interior do local. No interior é possível observar um local onde já existiu um banco, hoje, apenas uma mureta de concreto.
Mais algumas voltas e o banheiro — um dos locais mais citados durante as entrevistas — também foi visto. Uma pichação clara e sucinta explica a situação: “cobre, nois pixa de novo…”. Olhando para o lado, é difícil não notar a falta de mictórios, salvo um vaso sanitário destinado para pessoas com alguma limitação. A falta de limpeza também é notória.
Após notar os problemas relacionados à infraestrutura, outro chama atenção: a falta de segurança. Com poucos funcionários e sem equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) ou de empresas privadas de segurança, todos os passageiros estão expostos a qualquer adversidade. A fiscalização em relação às medidas de biosseguranças também são nulas, sendo fácil encontrar pessoas sem máscaras, sem nenhum tipo de orientação, salvo alguns cartazes.
Esperando o ônibus para retornar à sua residência, Ellen Cristiny, de 21 anos, ressalta os problemas já identificados pela reportagem e cita a falta de bebedouros no local. “Um calor desses, a falta de água pesa”, reclama. Ellen exemplifica de maneira correta a situação, pois o bebedouro está lá, mas sem água. Ainda com os problemas citados, os passageiros possuem locais para fugir do sol, algo um tanto difícil no Terminal Morenão, o segundo entre os considerados ‘piores de Campo Grande’.
A ‘disputa’ entre os terminais é acirrada e grande parte dos problemas encontrados em um, também ocorre no outro. O bebedouro sem água, banheiros com pichações e bancos arrancados, mas com uma particularidade no Terminal Morenão: o tamanho e cobertura. Para fugir dos raios do sol é necessário se posicionar há poucos centímetros da faixa de segurança — demarcada para que os passageiros não corram risco de sofrer acidentes durante embarques e desembarques.
“Eu passo pelo Terminal das Moreninhas e o Morenão. O segundo é pior, a infraestrutura é abaixo e não tem nem bebedouro”, comentou o estudante Victor Herebia, de 18 anos. “Gente do céu, terminal Morenão é muito tombado! Está pior que a rodoviária velha. E o medo de perder o ônibus e ficar lá 50 minutos esperando, parece beco de Gotham”, comentou um usuário do transporte coletivo nas redes sociais.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande, responsável pela administração dos terminais, questionando sobre os problemas relatados por passageiros e identificados pela equipe. Não obtivemos resposta da administração municipal.
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