Para comerciantes, ‘golpe da fruta’ não afeta vendas ou imagem do Mercadão de Campo Grande

Comerciantes do Mercadão de SP foram denunciados por práticas abusivas ao venderem produtos com preços exorbitantes

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Comerciantes afirmaram que a relação com os clientes é distinta entre os dois mercados
Comerciantes afirmaram que a relação com os clientes é distinta entre os dois mercados

Os vendedores que atuam no Mercadão Municipal de Campo Grande acreditam que o recente escândalo ocorrido no Mercadão de São Paulo, onde clientes eram induzidos a pagar preços exorbitantes por produtos comuns, não deve afetar as vendas ou a credibilidade da praça da Capital de Mato Grosso do Sul.

Em conversas com a reportagem, diversos comerciantes afirmaram que a forma de se relacionar com os clientes é distinta nos os dois mercados e, por já possuir um público fiel, o escândalo paulista não deve ocasionar problemas aqui em Campo Grande.

“O pessoal não associa, você não vê ninguém oferecendo [produtos] aqui. Lá existe uma variedade de frutas, já aqui nem tanto, então as pessoas sabem os valores, já são clientes antigos”, comentou Marco Arakaki, de 52 anos, que trabalha em uma banca de pasteis no local.

A resposta de Arakaki é consenso entre os vendedores, que acreditam que entendam a não relação entre os mercadões. Para Evandro Machado, de 32 anos, um dos motivos é público local que frequenta o espaço de Campo Grande. Ele acredita que as pessoas já conhecem os boxes e os preços, não sendo possível aplicar valores acima da média.

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(Foto: Leonardo de França/Midiamax)

Contrário de seus colegas, Dione Enzo, de 18 anos, vendedor em um dos boxes, acredita que o escândalo possa afetar a imagem do Mercadão de Campo Grande de forma negativa, mas não acredita em queda nas vendas ou diminuição de clientes e frequentadores.

Para o assessor administrativo do local, Daniel Amaral, os clientes não irão relacionar os locais por conta da conduta praticada no mercado da Capital. “Aqui não temos o costume e não é permitido a indução ou insistência por parte dos vendedores para que as pessoas comprem”, comentou.

Segundo Daniel, por ser uma ação vetada, clientes que se sentirem extorquidos ou incomodados podem relatar a situação à administração do Mercadão, que irá notificar o box ou vendedor em questão. “Já tivemos problemas do tipo, mas a pessoas foi notificada e parou”, disse.

Escândalo em São Paulo

O, agora conhecido, ‘golpe da fruta’ veio à tona após publicações nas redes sócias de consumidores que se sentiram lesados ao comprarem produtos comercializados no Mercadão de São Paulo. Segundo os clientes, os comerciantes mudavam a forma de pesagem para confundi-los e praticar valores abusivos, além de tratar com grosseria a agressividade àqueles que se recusavam a efetuar a compra.

Em uma publicação que denuncia o ‘golpe da fruta’ no Instagram, uma pessoa anônima diz que um comerciante ofereceu uma “fruta japonesa”, combinação de laranja, tangerina e limão-siciliano. Provou o sabor e pediu para o vendedor embalar três frutas em uma bandeja, que custou R$ 350. Mesmo a contragosto, pagou o valor e conta que depois reparou ter comprado três laranjas comuns. “Me senti duplamente trouxa”, disse.

Após “golpe da fruta”, o Procon-SP disse hoje que também investiga a prática envolvendo a suposta venda de mortadela de qualidade inferior no Mercadão Municipal de São Paulo. A apuração acontece após denúncias feitas por clientes do local.

Os fiscais verificaram pelo menos 17 estabelecimentos —apesar de não flagrar a prática, onze locais foram autuados por outras infrações ao Código de Defesa do Consumidor.

*Com informações do UOL.

 

 

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