Agostinho Gonçalves da Mota morreu aos 97 anos na noite desta terça-feira (9), em Campo Grande. Agostinho se tornou figura conhecida na Capital por atuar como Papai Noel por anos e ser um dos que participou da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

“Meu querido herói fez sua passagem agora! Passagem serena, lúcido e tranquilo!”, publicou Cida Mota, sobrinha de Agostinho, em suas redes sociais. “Meu herói de tantas batalhas, em campos minados e na volta da guerra também! Desfilou em tantos 7 de setembro com orgulho! Que coincidência meu querido! Será velado e enterrado nessa mesma data!”, concluiu.

História de Agostinho na guerra

Aos 19 anos ele desembarcou em Nápoles, na Itália. “Era um cenário de destruição e de miséria”, descreveu ele em entrevista realizada ao Midiamax ainda em 2018. No porto, logo na chegada, ele citou os navios afundados. Em terra, as construções em ruína e os italianos que não tinham o que comer.

A este respeito ele diz que a maior lição aprendida na guerra foi a humanidade. Na época, Agostinho disse ter aprendido a ser humano e como o povo brasileiro é fantástico, pois os soldados dividiam as rações que recebiam com os italianos. Sempre falando com muito respeito e reverência sobre aquela época, ele se emociona e demonstra patriotismo ao falar do serviço à nação brasileira e aos atos de solidariedade.

O grupo dos 679 pracinhas do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, do então Mato Grosso, foi a primeira unidade do Exército Brasileiro a entrar em ação na Itália. Os 6 remanescentes, entre eles Agostinho, fazem parte da ANVFEB/SR MS (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira / Seção Regional de Mato Grosso do Sul).

Como sequela da guerra, Agostinho perdeu parte da audição, devido às explosões. Após dar baixa do Exército, trabalhou em diversos empregos. Casou-se com a namorada que tinha antes de ir para a Itália e teve 3 filhos e 3 netos.