Onça resgatada em Corumbá é solta na Argentina para ajudar espécie ameaçada

Jatobazinho foi a oitava onça solta neste ano no Parque Nacional Ibera, mas é o primeiro macho adulto

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Onças Jatobazinho
Onça na região do Jatobazinho (Foto: Matias Rebak/Rewilding Argentina/AFP)

A onça-pintada chamada ‘Jatobazinho’, que havia sido resgatada no Pantana de Mato Grosso do Sul, foi solta em um parque nacional argentino na última sexta-feira (31) como parte de um programa para aumentar o número da espécie, que está ameaçada de extinção. Foi a oitava onça solta neste ano no Parque Nacional Ibera, mas é o primeiro macho adulto, segundo o grupo ambientalista Rewilding Argentina, responsável pelo projeto.

Jatobazinho pesa cerca de 90 quilos e tem pelo bege com manchas pretas. Ele apareceu pela primeira vez magro e debilitado próximo à Escola Jatobazinho, em Corumbá, cidade localizada no Pantanal sul-mato-grossense. O animal chegou ao local em 2018 após cruzar a nado o rio Paraguai.

Na época, a onça-pintada foi resgatada e passou mais de um ano em um abrigo para animais no Brasil até ser mandado para o centro de reintrodução de onças, que atua desde 2012 na província de Corrientes, no nordeste da Argentina, onde a espécie estava extinta há 70 anos.

Sebastian Di Martino, biólogo da Rewilding Argentina, disse que a onça precisa estar bem e relaxada ao deixar o abrigo para ser reintroduzida na natureza.

“Se o animal estiver estressado, pode ficar desorientado e ir parar qualquer parte”, afirmou.

Ele disse que estas onças foram alimentadas com presas vivas em cativeiro porque precisavam aprender a caçar. No parque Ibera há muita vida silvestre, como veados, para que possam se alimentar.

As onças são rastreadas com um dispositivo de GPS. Há planos para soltar uma fêmea nascida no centro de reintrodução. O parque também espera a chegada de três onças selvagens do Paraguai, e de outras duas criadas em cativeiro no Uruguai e no Brasil. As onças são nativas das Américas.

Estima-se que havia mais de 100 mil onças quando os europeus chegaram ao continente, no século XV, e seu habitat varia de áreas semidesérticas na América do Norte às florestas tropicais da América do Sul.

Grupos ambientalistas dizem que a população de onças na América do Sul caiu 25% ao longo dos últimos 20 anos, à medida que o desmatamento foi destruindo seu habitat.

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