Número de animais silvestres resgatados em áreas urbanas de MS mais que dobrou em 2021

Comparativo foi realizado com levantamento de 2018

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Quati atropelado foi resgatado e levado pela PMA
Quati atropelado foi resgatado e levado pela PMA

O número de animais silvestres resgatados nas áreas urbanas de Mato Grosso do Sul, em 2021, foi de 2.766, além de 75 bichos vítimas de atropelamento nas rodovias.  Esse valor representa mais que o dobro do registrado em 2018, que totalizou 1.393. Isso significa que em média, quase 8 animais são recolhidos diariamente nas cidades do Estado.

Muitas vezes os animais aparecem em locais inusitados, como o tamanduá-bandeira adulto capturado nesta segunda-feira (10), em uma igreja na cidade de Sonora.  Ele não conseguia sair e a PMA (Polícia Militar Ambiental) teve que realizar a captura. O bicho, que não apresentava nenhum ferimento, foi solto no seu habitat natural em uma área vegetação distante da cidade.

Foram 129 atropelamentos de bichos no ano passado. Feridos, eles são levados para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), que é referência no tratamento e reabilitação. Hoje, o hospital veterinário especializado está com cerca de 200 animais, como aves, macacos-prego e grandes felinos. E é no verão que o atropelamento desses animais se torna mais provável. Segundo o veterinário Lucas Cazati, nesta estação do ano nascem os filhotes de várias espécies, como dos quatis. “Eles deixam para ter filhotes quando a temperatura é alta e tem abundância de alimento”, explicou Cazati.

Dessa forma, passam a ser mais comum cenas de animais recém-nascidos atravessando as ruas e acompanhados dos pais e de atropelamentos, como o registrado na sexta-feira (7), de um filhote no Parque dos Poderes, em frente à TVE. O quati foi resgatado e levado pela PMA ao Cras.

Explicando o fenômeno

Para o tenente coronel Edmilson Queiroz, da PMA, o aparecimento cada vez mais comum desses animais nas áreas urbanas se deve a uma série de elementos, incluindo a presença de parques e reservas dentro das cidades. “Em se tratando de meio ambiente, não existe apenas uma explicação. É um conjunto de fatores. Eu atribuo menos ao desmatamento e mais às características das cidades de Mato Grosso do Sul e de outros estados. Tem muitas reservas nas áreas urbanas. Pararam de canalizar córregos e deixaram os parques lineares. Lógico que quando você tem desmatamento nas áreas circunvizinhas, os animais acabam migrando cada vez mais na busca de alimento e abrigo e adentrando nos perímetros urbanos, mas grande parte desses animais são capturados e pertencem aos centros urbanos e são devolvidos aos mesmos habitats”, explicou.

O que fazer?

Quem se deparar com um animal silvestre ferido deve entrar em contato com a PMA, que fará o resgate. A orientação é evitar se aproximar do bicho, principalmente de grandes mamíferos e animais peçonhentos, que podem se sentir acuados e atacar. Já no caso de filhotes, a mãe pode estar por perto e atacar para defender a cria. Os telefones da PMA em Campo Grande são o (67) 3357-1500 e o (67) 9984-5013.

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