É durante o verão, a estação do clima quente com chuvas rápidas e umidade do ar, que se observa a mudança no comportamento das aves por conta da fartura nos alimentos e amadurecimento dos filhotes. Neste período, a PMA (Polícia Militar Ambiental) relata que disparam as ligações para pedido de de filhotes que caíram do ninho nas áreas urbanas de Campo Grande, mas alerta para casos em que a natureza é intuitiva, sem necessidade de intervenção humana.

Os pedidos de ajuda após encontrar um filhote — principalmente de araras, periquitos, papagaios, maritacas, maracanãs — é natural de qualquer pessoa, pois aos nossos olhos se trata de uma criatura indefesa, logo, qualquer animal maior pode se aproximar. Conforme o Tenente Coronel Queiroz, a natureza é intuitiva e os animais estão preparados para lidar com o período, pois, mesmo que saiam do ninho, os pais continuam alimentando e protegendo os filhotes.

“Os pais estão sempre por perto, eles saem em busca de alimento e voltam para seus filhotes. Outro ponto é que alguns filhotes já não ficam mais nos ninhos e estão aprendendo a voar. Cada espécie tem a sua característica de sobrevivência. Acontece muito de pessoas ligarem porque um filhote caiu no telhado, mas os pais estão atentos. Dependendo da espécie, podem ficar alguns dias no local, mas os filhotes estão preparados”, explica.

Já sobre o risco de animais domésticos machucarem ou até comerem o filhote, Queiroz explica que em alguns casos algumas já sabem fazer pequenos voos de defesa, além disso, na natureza são muitos mais predadores e a maioria sobrevive. Outra orientação da PMA é evitar mexer ou realocar os ninhos.

“Quando alguém pega um filhote para cuidar, ou mexe no ninho, está interferindo no ambiente. Alguns casos podem ter uma ajuda, principalmente de uma ave adulta machucada, etc., mas quando se faz a captura de um filhote existe um custo ambiental para fauna, assim como custos econômicos para cuidados técnicos na alimentação, remédios e uma nova reintrodução desse animal na natureza”.

Todo animal capturado ainda filhote e que precisou de cuidados é monitorado após a soltura no habitat para verificar se houve readaptação no grupo. “Obviamente, não há como ficar indiferente com alguma situação que vemos, mas todos os casos são avaliados. Por exemplo, nesta semana fomos acionados para uma arara que supostamente caiu do ninho, mas chegando próximo ao animal, ele voou, ou seja, estava seguindo sua natureza e sem ferimentos”, alerta.