A partida prematura de Gabriel Mateus Canepa Moreira, aos 23 anos, elevou ainda mais o número de mortes no trânsito registradas em Mato Grosso do Sul em 2022. Segundo dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Segurança Pública), de janeiro a outubro deste ano foram 207 óbitos, no entanto, a estatística alarmante, apresentada em números, nem de longe exemplifica a dor das centenas de famílias que choraram a perda de pessoas queridas

“O Gabriel era fantástico e só quem o conheceu é que sabe. Um menino querido por todos, solicito e que não dizia não a ninguém”, comenta Valéria Coelho, sogra do rapaz. Para ela, o empenho em ser prestativo será um dos legados que o jovem deixará. 

Segundo Valéria, na última vez em que esteve com o genro, o jovem deu mais uma de tantas demonstrações de carinho. “Ele estava indo almoçar, mas, antes, passou aqui e me deixou uns pastéis que ele sabia que eu adorava”, comenta. 

Antes da despedida, que naquele momento nenhum dos dois imaginava que seria a última, Valéria afirma que o rapaz ainda se comprometeu a voltar no dia seguinte para fazer um curativo na avó da namorada. “Disse que voltaria para fazer o curativo na minha mãe. Ele era assim,  fazia o bem e não pedia retorno algum”, completa a sogra. 

“É muito difícil porque muita gente diz muita coisa, mas, no fim das contas, foi o Gabriel quem mais perdeu nessa história. Perdeu a vida”, comenta. 

Mortes no Trânsito

Nos 10 primeiros meses deste ano, foram 207 mortes no trânsito de Mato Grosso do Sul. No ano passado, foram 255 e, em 2020, 281. Apesar de apresentar ligeira queda, o balanço evidencia problema antigo e traz à tona discussões sobre a segurança no trânsito.

“Nós sempre estamos nas ruas,  fazemos bloqueios de madrugada e em locais diversos, no entanto, infelizmente esses acidentes acontecem”, comenta o comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar,  Élcio Almeida. Segundo ele, grande parte dos acidentes acontece em frações de segundos e por desatenção.

“Reforçamos sempre que no trânsito é preciso ter muita atenção porque um pequeno descuido pode ser decisivo. Muitos acidentes estão associados à falta de atenção ou desrespeito às regras de trânsito. É um somatório que acaba tendo essas mortes como resultado”,  finaliza. 

Do total de pessoas que morreram em acidentes registrados no Estado, 44 foram em Campo Grande, que soma a maior quantidade de ocorrências. Na sequência aparece Dourados, com 17.

Últimas mortes

Na manhã desta segunda-feira (24), Antônio Darlei dos Santos , Norival Francisco da Silva e Joedi Pereira Elias morreram após a caminhonete Toyota Hilux em que estavam bater em um ônibus da empresa Viatur.  O acidente aconteceu na BR-163 e, com a colisão, a camionete Hilux ficou totalmente destruída e parou às margens da rodovia.

Ontem (23), Gabriel Mateus Canepa Moreira, de 23 anos, morreu em uma colisão com uma Toyota Hillux, no cruzamento da Rua Antônio Maria Coelho com José Antônio, no Centro de Campo Grande.

As primeiras informações, de testemunhas, são de que a caminhonete descia pela José Antônio e Gabriel na Antônio Maria Coelho em uma Honda CB 300. Moradores não sabem quem teria avançado o sinal e a preferencial.