Na tarde deste sábado (12), motoristas se concentraram na Avenida Afonso Pena e seguem em carreata das proximidades do Shopping Campo Grande até o CMO (Comando Militar do Oeste). Os manifestantes são contrários ao resultado das eleições e não desanimaram apesar das decisões de desobstrução de vias e multas.

Na sexta-feira (11), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes estendeu a todo território nacional a desobstrução das vias públicas bloqueadas por manifestantes. O grupo de campo-grandenses segue em carros, vans e kombis, além de algumas motos até a área do CMO.

Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax

Na decisão de Moraes, ele esclarece que, em caso de descumprimento aos desbloqueio das vias, a multa é de R$ 100 mil por veículo. O ministro determinou que as Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar dos Estados adotem as medidas necessárias para o desbloqueio.

A princípio, o ministro publicou a decisão nesta quinta-feira (10), válida somente para o Distrito Federal. Contudo, estendeu para todo o Brasil nesta sexta-feira (11).

A decisão partiu após a notícia de que 115 caminhões se encaminhavam a Brasília para reforçar as manifestações. Vale lembrar que Moraes já havia determinado a atuação das forças policiais para desobstruir vias públicas na capital do país.

Segundo ele, a persistência dos atos em todo país recomenda a extensão da decisão cautelar “a quaisquer fatos dessa natureza em curso em todo o território nacional”.

De acordo com a decisão, as medidas devem resguardar a segurança de pedestres, motoristas, passageiros e dos próprios participantes do movimento que venham a se posicionar em locais inapropriados em vias públicas.

Além disso, ele determinou a identificação dos veículos utilizados para bloquear as vias, para que a Polícia Militar possa aplicar multas de R$ 100 mil por hora aos proprietários.

A multa também vale para veículos estacionados nos acostamentos, calçadas e logradouros públicos.

Por fim, as empresas e pessoas que descumprirem a decisão mediante apoio logístico e financeiro aos manifestantes também serão multadas.

Decisão de Moraes não afeta rotina de manifestantes

Apesar da decisão de Moraes, na manhã deste sábado (12) manifestantes seguiam acampados em frente ao CMO, na Avenida Duque de Caxias. Alguns veículos estão com placas tampadas com faixas, mas seguem parados na região, embora tenham sido retirados do gramado.

Ao redor, placas chamam à população para “lutar pela pátria” e falam da insatisfação com o resultado das eleições do segundo turno, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil.

Não há prazo para que os manifestantes deixem o espaço.

Vizinhos pediram à Câmara fim dos protestos

Antes da decisão de Moraes, moradores do entorno do CMO entregaram um ofício à Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta sexta (11), pedindo a retirada dos manifestantes que se concentram na região.

Cerca de 13 pessoas estiveram na Câmara para entrega do documento formal sobre a reclamação.

Conforme uma servidora pública de 56 anos, que preferiu não se identificar por medo de retaliação, as manifestações têm atrapalhado quem mora na região.

“Eles [manifestantes] cantam o hino nacional o dia inteiro. Os animais se assustam com fogos de artifício, os carros sobem na calçada, atrapalha a locomoção para quem está chegando ou saindo de casa. Atrapalha a rotina, desde que começou o protesto não tem paz”, relatou.