MS tem menor índice de focos de incêndio em 3 anos e ‘despenca’ no ranking das queimadas
Números fazem com que MS vigore entre os estados com menos focos de incêndio
Fábio Oruê –
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Os índices de focos de queimadas em Mato Grosso do Sul mostram que 2022 está sendo um ano menos devastador comparado aos últimos três anos, em que imagens de animais queimados e áreas destruídas pelo fogo chocaram e comoveram o Brasil.
Conforme dados de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), MS tem acumulado de 2.032 focos de incêndio entre janeiro e 25 de setembro. Esse número é 73% menor que o acumulado pelo mesmo período em 2019: 7.804 focos.
De janeiro a setembro de 2020, foram 8.147 focos de queimadas em MS, enquanto 2021 apresentou queda e o número referente foi de 6.691 focos de calor. Este ano só não foi melhor que 2018, que teve acumulado de 1.979 nos 3 primeiros trimestres.
A cidade de Corumbá é a com mais queimadas no Estado, registrando 688 focos, seguido por Porto Murtinho (314) e Aquidauana (113). Dentre as unidades de conservação, o Parque Estadual do Rio Negro, no Pantanal sul-mato-grossense, é o mais afetado pelas queimadas em 2022, com 78 focos do total de 111.
Os números fazem com que Mato Grosso do Sul vigore entre os estados com menos focos de incêndio no Brasil, conforme o Inpe. Nos últimos anos, MS sempre aparecia nas primeiras colocações do ranking, o que não tem acontecido em 2022. Confira:
Estado | Nº de queimadas |
Pará | 26.657 |
Mato Grosso | 24.582 |
Amazonas | 17.405 |
Maranhão | 10.896 |
Rondônia | 9.329 |
Acre | 9.053 |
Tocantins | 8.594 |
Minas Gerais | 5.966 |
Bahia | 5.206 |
Piauí | 5.093 |
Goiás | 3.659 |
Mato Grosso do Sul | 2.032 |
Julho foi o pior mês em 2022
Nos últimos 5 meses de 2022, julho foi o pior mês no quesito queimadas em MS. Foram 389 focos de calor naquele mês. Para se ter uma comparação, em 25 dias de setembro foram 242 queimadas.
Confira:
Até a chuva ajudou
Chuva inesperada sobre o Pantanal do Nabileque ajudou o trabalho do Corpo de Bombeiros e extinguiu todos os focos de incêndio em área monitorada pelos militares. A condição climática animou as equipes, que dispensaram combate que seria feito com avião na manhã de segunda (26).
Em imagens feitas no local, é possível ver apenas cortina de fumaça ao lado de extensa área já destruída pelo fogo. Ontem, aeronaves haviam feito voo de reconhecimento e, na manhã de hoje, fariam combate com o avião Air Tractor, serviço suspenso em razão da chuva surpresa.
Biomas queimados
Balanço do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) comparando 2022 com o ano passado mostrou que houve diminuição nos hectares queimados por incêndios.
De 1° de janeiro a 15 de agosto do ano passado, foram 940.950 hectares do cerrado queimadas, enquanto no mesmo período deste ano foram 240.075 hectares.
O bioma Pantanal também apresentou redução nas áreas queimadas: de 181.350 hectares entre janeiro a meados de agosto de 2021 para 176.325 hectares no mesmo período deste ano. Redução de 2,77%. Número muito distante do registrado em 2020, quando o Pantanal sofreu uma catástrofe sem precedentes e teve 1.342.725 hectares destruídos pelo fogo.
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