Nós que escolhemos o pet ou ele que nos escolhe? A história da She-ra, uma cachorra da raça pastor alemão, mostra que o pequeno de quatro patas é quem escolhe. Mesmo resgatada das ruas, a cadelinha fugiu da protetora, percorreu 20 quilômetros para voltar ao segurança que sempre a alimentava quando estava na rua.
She-ra perambulava pela região do Shopping Campo Grande há seis meses. Nesse período, Adriano Silva, segurança de um posto de combustível, da Avenida Afonso Pena, cultivava o carinho no animal, que inicialmente era arisco e desconfiado. Ele reforça que foi difícil conquistar a confiança da cadela e sequer conseguia passar a mão.
A relação entre o cão de rua e o trabalhador continuava em uma rotina, ela ia até o posto comer e beber água. Adriano chega ao local às 21h, o segurança noturno conta que o animal ficava por perto, mas se mostrava acostumado com a rua. Até que um dia ela foi atropelada e teve as patas machucadas.
“Uma moça entrou em contato comigo para pedir ajuda e resgatar ela para tratar, ver a saúde, porque ela estava muito machucada. Eu prendi ela nos fundos do posto e a Greice [Maciel, protetora] veio buscar, levou numa clínica no Jardim Seminário. E ela ficou lá alguns dias, depois ela me contou que ela fugiu, no domingo (4)”.
Mais de 20 km percorrido
A cadela havia sido castrada e fugiu do abrigo da protetora Sandra França. Começaram verdadeiras buscas atrás de She-ra. Ela chegou a ser vista próximo ao Shopping Bosque dos Ipês e na Avenida Prefeito Heráclito José Diniz, próximo ao bairro Estrela do Sul, cerca de 9 km do local de fuga. Os protetores passaram noites tentando encontrá-la.
“Não conseguiram pegar ela porque ela é muito arisca, foge de quem não conhece. Até que hoje (quarta-feira, 7), lá pelas 2h da madrugada, ela apareceu no posto. Eu não acreditei, ela atravessou a cidade para me encontrar. Ela pulou em mim, me lambeu, chorou, eu abracei ela, dei água, minha marmita para ela”, relembra.
Agora, She-ra retorna para a clínica onde vai passar por cuidados já que ainda está com pontos da castração. Entretanto, após sair do tratamento vai ganhar definitivamente um lar com o tutor que escolheu.
“Eu vou ficar com ela, ela me escolheu para ser o tutor dela, nada mais justo do que aceitar isso, eu gosto muito dela. Assim que ela tiver recuperada vou buscá-la”, finaliza.
