Desde os primeiros dias de nascido, João Miguel Alves Rodrigues da Silva, de 6 anos, enfrenta uma batalha pela vida. Diagnosticado com traqueomalácia e estenose de traqueia, ele não consegue respirar sem uso de traqueostomia, que deveria ter trocada a cada três meses, entretanto, aguarda na fila da Santa Casa de Campo Grande desde maio, mesmo com a doação da própria família da cânula, tubo que auxilia na respiração.

Ao lado do pequeno, Sandra Alves de Souza, de 43 anos, participou de diversas campanhas, arrecadações e rifa para compra do equipamento. A família ainda contou com apoio de atlética universitária, quando conseguiram a compra e entrega pessoalmente para a equipe do hospital, no dia 30 de maio deste ano.

“Ele nasceu prematuro de 29 semanas e quatro dias, a doença deixa a traqueia dele mole e fechada. Ainda recém-nascido, puxava o fôlego, mas não conseguia soltar. Ele teve 10 paradas cardíacas e ficou três meses no neonatal. O médico tinha dito que precisava da cirurgia de traqueostomia, porque ele poderia não resistir. Esse tempo, ele trocou seis vezes o tubo, mas precisa ser regular a cada três meses”, disse.

Troca emergencial

A troca da cânula é um procedimento médico que precisa ser realizado dentro do ambiente hospitalar. Sem a devida manutenção, o menino ficou internado diversas vezes por infecção e pneumonia. João recebe atendimento do Projeto Respira. O assunto ganhou as redes sociais lamentando o tempo de espera.

“A cânula é um equipamento disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas quando o paciente necessitou estava em falta na rede de atenção à saúde. Cada dia que passa o padrão respiratório piora, o risco de infecção aumenta, a possibilidade de obstrução é grande, limitando inclusive que ele frequente a escola”, descreveram.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Santa Casa, mas não recebeu retorno sobre o atraso no atendimento. O espaço segue aberto para um posicionamento.