Mais transmissível e infecciosa, chegada de dengue ‘cosmopolita’ no centro-oeste preocupa em MS
Força-tarefa em bairros de MS busca controlar doença, que já apresenta contaminação maior do que todo o ano de 2021
Graziela Rezende –
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A chegada de um novo ‘genótipo cosmopolita sorotipo 2’, da dengue, já preocupa autoridades sanitárias em Mato Grosso do Sul. O vírus foi detectado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), pela primeira vez no Brasil. Em Campo Grande, de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), uma força-tarefa em 7 regiões da cidade busca eliminar focos da doença.
“Esse genótipo é mais transmissível e mais patogênico. Atualmente, temos o mesmo número de casos de dengue do que todos os casos registrados no ano de 2021. E estamos somente no mês de maio ainda, portanto, trata-se de uma epidemia, que está localizada em uma cidade do centro-oeste do país, porém, sabemos de possíveis casos em todo o Brasil”, afirmou ao Jornal Midiamax a infectologista Priscilla Alexandrino.
Capital está com ações contra dengue nas 7 regiões da cidade
Dessa forma, a secretaria está realizando ações de manejo e orientação nos bairros de Campo Grande, com inspeção em imóveis e terrenos, além da eliminação de criadouros e focos. Seguindo um cronograma, a primeira etapa termina no próximo sábado (14), em 7 regiões da cidade. Em seguida, o serviço começa em outros bairros e vai até o mês de agosto.
Número de casos também cresce em Dourados
Com 250 notificações e 135 casos confirmados de dengue em Dourados, a situação volta a preocupar as autoridades. É o que aponta um boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), com crescimento de 36%.
Recentemente agentes de saúde da Prefeitura, por meio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), identificaram a presença do mosquito transmissor da doença em 75 bairros. Segundo o levantamento, os bairros com maior incidência são o Parque Alvorada e Altos do Indaiá, região oeste da cidade.
O coordenador do CCZ, Luiz Carlos Luciano Júnior, ressalta que a população pode atuar no combate ao mosquito cuidando do quintal de casa. “Durante essa época de chuva é preciso cuidado redobrado com objetos que podem acumular água parada, como plásticos ou tampinhas de garrafas, qualquer item que possa acumular água”, orienta Luciano.
Qual tipo de dengue circula atualmente no país?
Atualmente, a linhagem asiático-americana é a que circula no país, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2. Conforme a Fiocruz, a nova cepa dissemina de forma mais eficiente e nunca havia sido encontrada em território brasileiro, somente na Ásia, Pacífico, Oriente Médio e na África.
No entanto, tal genótipo foi encontrado em Aparecida de Goiânia (GO) e representa o segundo registro oficial do tipo nas Américas. Antes, a informação é de foco encontrado no Peru, no ano de 2019.
Vacina contra a dengue
De acordo com o Instituto Butantan, pessoas que já tiveram dengue podem ser reinfectadas por outro subtipo do vírus e se contaminar com uma variante mais grave da doença, por isso a vacina é uma medida de prevenção importante, pois é feita com os quatro tipos de vírus da dengue enfraquecidos.
Apesar de importante, o imunizante para prevenir a doença ainda tem acesso restrito e pode ser encontrado somente na rede particular de saúde.
Em Campo Grande, as vacinas contra a dengue podem ser encontradas somente em clínicas de imunização, de maneira particular. Na Clínica de Vacinação Vaccine Care, a vacina pode encontrada por R$ 170, no dinheiro, PIX ou débito e R$ 180, no cartão de crédito. Já na Imunne Life Clínica de Vacina, o valor normal do imunizante é de R$ 315, com convênio médico pode chegar a R$ 283 e R$ 267, à vista.
Na clínica Saúde Livre Vacinas, o valor da vacina é de R$ 295 e na Clínica Vaccini, o imunizante sai por R$ 300 no crédito e R$ 261, à vista.
Medidas de prevenção
Para prevenir a transmissão da dengue, é fundamental evitar água parada em pneus, garrafas, vasos de planta e recipientes que possam contribuir para a reprodução do mosquito. Confira algumas recomendações do Ministério da Saúde para evitar a doença:
- Tampar tonéis d’água;
- Manter calhas limpas;
- Manter garrafas ou recipientes de boca para baixo;
- Limpar e trocar areia dos vasos de planta semanalmente;
- Manter lixeiras tampadas;
- Preservar ralos limpos.
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