No relato cheio de emoção, feito em uma rede social, Breno Moura comemorou ter conseguido honrar a memória do pai, Francisco Moura. Morto em 2016, o empresário foi o fundador da Cifra Transporte de Valores, empresa pioneira no tipo de serviço em Mato Grosso do Sul, que encerrou as atividades após 49 anos, colocando fim a uma era de trabalho e deixando para trás dívidas com centenas de funcionários.

Para o filho, que também trabalhou por anos na empresa, quitar os valores era questão de honra. Meta alcançada nesta semana. “Era algo pessoal para mim, até porque, sou amigo da maioria dos trabalhadores”, conta.

Ao todo, foram mais de R$ 15 milhões investidos para pagar cerca de mil trabalhadores que prestaram serviços à Cifra durante o período em que Francisco administrava a empresa. “Fico tranquilo porque sei que posso sentar em qualquer mesa de cabeça erguida porque cumpri essa missão. Honrei o nome do meu pai”, relata.

De acordo com Breno, a empresa ainda tem de pagar os funcionários da época em que ele gerenciava a Cifra, no entanto, os repasses também já estão sendo negociados. “Esses estão dentro da previsão de serem acertados nos próximos 12 meses”, finaliza.

Imagens de arquivo revelam como foi o início da empresa que atuou por quase meio século no Estado. (Foto: Divulgação)

No Facebook, Breno postou uma foto ao lado do pai e escreveu. “Honrar pai e mãe: 4º Mandamento Cumprido com muita dedicação e trabalho como fui ensinado. Enfrentando todos os ataques, comparações e descréditos, foi uma honra quitar com os seus funcionários, Pai. É isso aí CHICO MOURA, todos os seus trabalhadores da Cifra Segurança da Sua época quitados!”, publicou.

Hoje, a Cifra Transporte de Valores está paralisada, porém, segue ativa. Para o próximo ano, a marca diz que terá novidades, mas faz mistério a respeito.

Fim de uma era

Em 2021, a Cifra anunciou que estava encerrando as atividades no transporte de valores após 49 anos de serviço ininterrupto em Mato Grosso do Sul. Problemas com certificadoras fizeram que o serviço fosse interrompido pela empresa

Na época, Breno Moura, um dos proprietários da empresa, que as blindagens dos veículos passam por vistoria a cada 10 anos, sendo a última da Cifra acontecido em 2013.

Funcionários da Cifra quando empresa ainda prestava serviços na cidade. (Foto: Arquivo)

“Nós pensávamos que nossas blindagens estariam aptas até 2023 e fomos surpreendidos pela notícia da Polícia Federal que já tinham sido vencidas. O órgão fiscalizador não autorizou nossos caminhões a rodaram mais e infelizmente eu tive que parar a transportadora”, lamentou.

Por conta disso, Breno esbarrou no segundo problema: a falta de certificadores na região, que dificulta da revalidação dos 10 veículos (sete carros-fortes e três leves) que fazem parte da frota. Somente com a revalidação, os veículos são autorizados pela PF (Polícia Federal) a fazer este tipo de serviço.