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Cotidiano Economia

Fronteira de MS com Bolívia já soma 700 caminhões parados e prejuízo chega a R$ 51 mil por dia

Cargas não chegam aos destinatários e situação está causando perdas ao setor de transportes
Karina Campos -
fronteira Corumbá
Fronteira de Corumbá. (Foto: Divulgação/ Diário Corumbaense)

O bloqueio na fronteira de Corumbá com a Bolívia, nesta terça-feira (9), já reflete prejuízo ao setor de logística e transporte de R$ 51 mil em dois dias consecutivos de mobilização. O trecho está fechado em protesto denominado Paro Cívico onde os moradores pedem a suspensão do adiamento do Censo Demográfico para 2024.

Lourival Vieira Costa Júnior, o presidente da Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte e Logística do Pantanal), informou que já são 700 caminhões parados na fronteira, sendo 300 do lado brasileiro e 400 no país vizinho. “É muito difícil calcular o tamanho do prejuízo durante esses dias, pois depende do número de caminhões e o produto que não chega no destinatário. Mas acreditamos que seja de 3 a 5 mil dólares por dia. Aumenta gradativamente os veículos parados”, explicou.

O sindicato está acompanhando a movimentação e notificou empresas e motoristas que transitam na região. “Não teve um diálogo com os protestantes, até porque essa não é nossa função, é uma luta deles contra o governo vizinho. Cabe a nós apenas sermos meros observadores”

O presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Mario Enrique Rodriguez, explicou o Diário Corumbaense, que pretendem encerrar o bloqueio às 18h, mas devem retornar e intensificar em outros trechos caso não tenham respostas do governo federal. A pesquisa do censo seria urgente, pois o Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos estão sendo muito prejudicados.

 “O que queremos é que o Censo Demográfico seja realizado até junho de 2023, no máximo. O último foi realizado em 2012, ou seja, de lá para cá muita coisa mudou. Santa Cruz, conforme o último levantamento, tinha 2 milhões de habitantes, desde então, essa população cresceu, ainda mais com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, que optaram por viver lá. Então, isso afeta diretamente no repasse de verba pública para investimentos, políticas sociais, que deveria ser de acordo com o número de pessoas que vivem no departamento”.

Quijarro ainda ressaltou que caso seja feito em 2024, o resultado legal seria divulgado apenas em 2026, causando um atraso de 20 anos na contagem populacional, o que afetaria o setor político.  “Santa Cruz hoje tem 28 deputados, com 2 milhões de habitantes; com 4 milhões, pode chegar a quase 48 na Federal. Estamos com muito atraso”.

Fronteira fechada por 72h

A primeira paralização tem intervalo de 24h e retornou em seguida, Quijarro disse que a comissão deve dar uma semana de intervalo para a população poder se abastecer. “O próximo fechamento, na semana que vem é de 72h. Se o movimento interinstitucional não der resultado, vamos fazer bloqueio por tempo indefinido”, avisou.

Ao jornal El Deber, o presidente do Comitê de Santa Cruz, Rómulo Calvo adiantou que a será a população que definirá as medidas a seguir no final das 48 horas de mobilização determinadas na Cimeira dos Censos, onde mais de 400 instituições de Santa Cruz definiram o rumo a seguir para que o Governo aborde o problema que gira em torno da pesquisa nacional.

“Hoje vamos definir quando encerrarmos a greve, a data de uma nova cúpula e as ações a serem tomadas estão nas mãos da população de Santa Cruz. Somos donos do nosso destino, a palavra do povo é o que vamos seguir e as pessoas que vai obedecer desta forma, como tem feito até agora, com consciência e espírito de lealdade”, comentou Calvo durante a a um dos pontos de bloqueio instalados na ‘cidade dos anéis’

Esta é a segunda vez em 15 dias que a fronteira é fechada – a primeira vez ocorreu em 25 de julho. Além do reflexo no comércio internacional, o fechamento reflete negativamente na rotina de estudantes. Atualmente, Puerto Quijarro abriga universidades onde dezenas de brasileiros, estudam, especialmente medicina. A estimativa é de que cerca de 500 estudantes cruzem a linha diariamente.

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