Fiscalizações encontraram 2,9 mil trabalhadores em situação análoga à escravidão em MS
Número só aumenta desde 2019, conforme o Painel de Inspeção do Trabalho no Brasil
Evelin Cáceres –
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As mais diversas fiscalizações do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além da Defensoria Pública da União já encontraram 2.940 trabalhadores em condições análogas à de escravidão entre os anos de 1995 e 2022 em Mato Grosso do Sul.
O painel é contado a partir de 95 porque é quando o Brasil reconheceu diante das Nações Unidas a persistência de trabalho escravo. Desde então, mais de 58 mil pessoas foram resgatadas por grupos de fiscalização com a participação dessas instituições pelo país.
Os dados foram disponibilizados pelo Painel de Inspeção do Trabalho no Brasil e aponta que, entre os anos de 2019 até agora, o número aumentou em Mato Grosso do Sul. A pandemia, segundo especialistas, acabou expondo os trabalhadores a situações mais desvantajosas e propiciando a exploração da mão de obra.
Em 2019, por exemplo, foram encontrados 43 trabalhadores. Em 2020, foram 63 e, em 2021, 81 trabalhadores. Neste primeiro semestre, 22 trabalhadores foram localizados e resgatados em três estabelecimentos fiscalizados.
Ao todo, ao longo dos anos, foram recebidos R$ 4.566.524,63 em verbas rescisórias pelos trabalhadores após os flagrantes de irregularidades.
Ranking dos municípios
De acordo com o painel, os municípios com mais autos de infração lavrados em todos os anos no Mato Grosso do Sul são Água Clara, com 317 autos; Ribas do Rio Pardo, com 205; Porto Murtinho, com 181; Brasilândia, com 163; Corumbá, com 124; Dourados, com 119; Maracaju, com 101 e Santa Rita do Pardo, com 76.
Neste mês, um idoso foi resgatado durante operação conjunta conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério do Trabalho e Previdência, por meio da Auditoria-fiscal do Trabalho. Neste período, oito propriedades ruais, dos municípios de Corumbá, Porto Murtinho e Aquiduana foram fiscalizadas, e em três delas, houve o flagrante de trabalho em condições análogas à de escravo, incluindo a Fazenda Matão. No total, nove trabalhadores foram resgatados.
No Brasil
Uma megaoperação com 105 ações de fiscalização, envolvendo 50 equipes em pelo menos 65 municípios de 23 unidades da federação, resgatou 337 pessoas de condições análogas às de escravo em 15 estados. Desses, cinco eram crianças e adolescentes e seis, trabalhadoras domésticas – uma delas, no serviço desde os nove anos. Os números podem subir porque ainda há ações de andamento.
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