Final feliz: cachorro amarrado e abandonado na Tamandaré é adotado

O cãozinho foi adotado no final da tarde desta segunda-feira

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Tuca foi adotado e agora vai ter um novo lar.
Tuca foi adotado e agora vai ter um novo lar.

A vida do cãozinho Tuca deu uma reviravolta. Após ser amarrado e abandonado na Avenida Tamandaré, na Vila Planalto, agora o simpático cachorro venceu mais uma batalha: o encontro por um novo lar.

Tuca foi amarrado em um poste de energia e depois abandonado por um homem que seria o seu dono. O suspeito deixou o animal no local sem água e comida no último dia 20 de janeiro. Funcionários do Petshop Campo Grande tiveram compaixão e resgataram o cachorro.

O abandono foi apenas um dos problemas enfrentados por Tuca. Enquanto o petshop ficou com a guarda do cão, a maior dificuldade foi encontrar um dono para o animalzinho, já que ele foi diagnosticado com leishmaniose e a doença do carrapato.

“Fizemos uma avaliação e alguns exames, ele está com uma anemia não muito grave, devido à doença do carrapato, e como estávamos suspeitando de leishmaniose, fizemos o exame, que também, infelizmente, acabou dando reagente. Quando falávamos isto para as pessoas que gostariam de adotá-lo, elas acabavam voltando atrás e desistiam da adoção. Ele está muito bem, come normal, faz suas necessidades, é super dócil e carinhoso”, contou um funcionário do petshop que está oferecendo um lar temporário ao cão.

No final da tarde desta segunda-feira (24), mesmo com todas as dificuldades, Tuca tirou a sorte grande e finalmente encontrou um dono que não se importou com os eventuais problemas e adotou o cãozinho, que agora vai receber amor, cuidado e carinho.

Leishmaniose tem tratamento

A doença que impediu que Tuca encontrasse uma família mais rapidamente é a leishmaniose, uma condição ainda sem cura, mas que é tratável. A doença é transmitida por meio da picada do flebotomíneo (o mosquito-palha) infectado pela leishmânia, mas cães são reservatórios do protozoário. Durante vários anos, o tratamento dos cachorros foi questão polêmica e a eutanásia era a recomendação oficial dos órgãos de saúde. Não era permitido o tratamento da doença nos cães com a utilização de medicamentos para seres humanos ou que não possuíam registro no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

O abate de cachorros, que contêm o parasita responsável pela doença, era questionado por tutores, protetores de animais e profissionais da área de veterinária. Em Campo Grande, a lei complementar que alterou o Código Sanitário de Campo Grande e regulamentou o tratamento da leishmaniose visceral em cães no município entrou em vigor no dia 17 de abril de 2018, após a publicação no Diário Oficial da sanção do prefeito Marcos Trad (PSD) ao projeto do vereador Francisco Gonçalves de Carvalho (PSB), que havia sido aprovado na Câmara da capital.

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) não realiza o tratamento dos cães com leishmaniose, mas orienta o tutor de animal que ele pode realizar o tratamento com medicamento autorizado pelo Ministério da Saúde e/ou Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e que o animal precisa de acompanhamento médico veterinário periódico. Antes de começar os procedimentos, é necessário avaliar o estado clínico do animal para saber se os órgãos não foram comprometidos. Somente se não houve chances no tratamento, é que os médicos indicam a eutanásia do animal.

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