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Cotidiano

Em MS, 33% das áreas rurais possuem internet 4G e 15 localidades ‘no campo’ devem receber 5G nos próximos anos

A previsão é de que todas as sedes de municípios de MS recebam a tecnologia 5G e também 15 localidades rurais do Estado
Wendy Tonhati -
Internet na área rural
Internet na área rural deve aumentar a produção agrícola com foco em tecnologia.

Com a novela Pantanal fazendo sucesso, algumas pessoas passaram a questionar se o pantanal sul-mato-grossense não tem internet, assim como na fazenda de Zé Leôncio. Contudo, ao contrário do que alguns podem pensar, boa parte das fazendas no Pantanal possuem sim e o motivo para a falta de conexão na fazenda da novela é a resistência do personagem às novas tecnologias.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou ao Jornal Midiamax dados sobre a infraestrutura disponível para conexão em áreas rurais do Estado. Segundo a Anatel, 95% dos municípios de estão cobertos por fibra óptica. Das localidades rurais, 33% possuem cobertura 4G. Já com relação à fibra óptica, 6,4% das localidades rurais no Estado já contam com a tecnologia. O assentamento Itamarati, em , é uma dessas áreas, por exemplo. 

Agora, será que o 5G vai chegar às áreas rurais de MS?

A tecnologia 5G é um novo padrão para dispositivos móveis que trará mudanças, permitindo novas funcionalidades e um incremento significativo do número e da velocidade das conexões. 

O leilão para a concessão de operação nas faixas de frequência do 5G foi realizado em 4 e 5 de novembro e, embora a própria CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) não vislumbre essa tecnologia chegando aos produtores de forma ampla, Mato Grosso do Sul deverá, segundo os dados da Anatel, ter a tecnologia 5G em todas as sedes de município e em 15 localidades rurais do Estado, conforme os compromissos de investimento previstos para os próximos anos.

Localidades rurais que devem receber o 5G (Fonte: Anatel)

A conexão 5G, além de permitir a utilização da internet em alta velocidade pela população — em uso doméstico, para o trabalho e estudos —, para o agronegócio, o 5G fará com que drones, chips, GPS e equipamentos como tratores possam enviar informações sobre comportamento e saúde do animal e manutenção de condições climáticas da lavoura, por exemplo.

É o que já vem sendo chamado de ‘agricultura digital’, com a conexão entre objetos e pessoas. Com os sensores instalados em solos, plantas e animais seria possível tomar dados em tempo real e enviá-los a plataformas e sistemas ajudando aos produtores rurais a tomar as melhores decisões. A previsão é de que o 5G proporcione um ganho de produtividade de 20% a 30% para a agricultura, de acordo com o governo Federal.

A previsão é de que a tecnologia 5G esteja disponível em todas as capitais brasileiras até julho deste ano, mas a Anatel analisa um prazo adicional de 2 meses

Como a internet chega às propriedades rurais?

Em propriedades rurais é comum a utilização, além da internet 4G, da internet via rádio e via satélite. A via rádio utiliza ondas eletromagnéticas para fornecer o acesso. Torres de antena emitem o sinal que é recebido por antenas instaladas nas casas dos clientes. É uma das principais alternativas para as regiões onde ainda não está disponível a conexão por cabo ou fibra. Já para a internet via satélite é necessário instalar uma antena parabólica. Porém, a desvantagem dos dois tipos de conexão é que ambas sofrem com interferências climáticas.

Em agosto do ano passado, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) inaugurou 34 pontos de conexão via satélite para comunidades de Mato Grosso do Sul pelo programa Conecta MS, da Semagro (Secretaria de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar).

Foram conectados na primeira fase, 166 comunidades rurais, que incluem assentamentos, escolas, áreas rurais remotas, privilegiando regiões com demandas de desenvolvimento regional para o agro. Os pontos estão distribuídos em 134 municípios de 10 estados, prioritariamente das regiões Norte, e Centro-Oeste.

Confira os números da infraestrutura de internet em MS

  • Municípios com infraestrutura de backhaul* de fibra ótica: 91%
  • Localidades rurais com backhaul de fibra ótica: 6,4%
  • Municípios com cobertura 4G: 95%
  • População com cobertura 4G: 87,3%
  • Localidades rurais com cobertura 4G: 33%
  • Rodovias federais pavimentadas com 4G: 36%

Compromissos de investimento previstos para os próximos anos:

  • 5G em todas as sedes de município;
  • 5G em 15 localidades rurais;
  • 4G em 21 municípios;
  • 4G em 75 localidades rurais;
  • 4G em 4.633 km de rodovias federais pavimentadas;
  • Backhaul de fibra ótica em 7 sedes de municípios;
  • Backhaul de fibra ótica em 49 localidades rurais.

Não só grandes operadores de internet

Além das operadores nacionais e conhecidas de grande parte da população, mais da metade dos consumidores de internet em Mato Grosso do Sul são atendidos por provedores regionais. O presidente da Apims (Associação dos Provedores de Internet de Mato Grosso do Sul), Dario Burda Júnior, comenta que todo o território do Estado é coberto por internet e que aproximadamente 63% da internet de Mato Grosso do Sul vem de provedores regionais. Desse total, ele estima que 25% da internet rural seja operada por provedores regionais. 

“Hoje há conexões com torres de transmissão em todo o Estado. Montamos torres no campo, fazenda, assentamentos, comunidades quilombolas e, em alguns casos, já tem até cabo de fibra ótica, como no Assentamento Itamarati [Ponta Porã], Assentamento Vista Alegre []). Estamos sempre buscando melhorias na tecnologia e oferecendo conexão de alta velocidade para as pessoas que estão nos locais mais distante”. 

A entidade representa aproximadamente mais de 300 empresas licenciadas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no segmento, e que estão sediadas em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente, algumas dessas empresas participaram do leilão do 5G e novidades são esperadas nos próximos tempos. 

Segundo Burda Júnior, a região do Pantanal possui uma menor cobertura, mas há empresas que operam na região do Pantanal, em Corumbá e Ladário, levando internet até mesmo às fazendas mais distantes da região. “Há um crescimento grande de dois anos para cá. Foi difícil, mas está sendo superado ao longo do tempo”, menciona.

*Backhaul: infraestruturas das redes de telecomunicações de alta capacidade utilizadas na prestação de serviços de telecomunicações.

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