O jogador de futebol sul-mato-grossense Ismaily Gonçalves dos Santos, de 32 anos, do Shaktar Donetsk, da Ucrânia, ainda aguarda uma definição da embaixada brasileira em Kiev para saber como e quando sairá do país, que está sob ataque russo. Ismaily e mais alguns jogares brasileiros aguaram a decisão em um bunker no subsolo do hotel onde se hospedaram.

“Por enquanto o Ismaily está junto com outros brasileiros num quarto subterrâneo é protegido. Dentro desse quarto não é possível escutar nada, é um lugar blindado. Então eles não saíram de lá pra nada, mas já tem notícias que a cidade começou ser atacada. Por enquanto eles estão bem, na medida do possível, esperando o momento certo junto com a embaixada pra sair em segurança, o que no momento é crítico”, disse a sogra de Ismaily, Terezinha Albuquerque, que estava na Ucrânia junto do jogador até o último dia 3 de fevereiro, mas voltou junto da filha quando a tensão entre os dois país começou a escalar.

Desencontro de informações entre embaixada e Planalto

No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro usou para declarar que a embaixada do Brasil estava aberta para ajudar os brasileiros na Ucrânia, a representação diplomática deu orientações em outra direção. Quem recorria aos canais de contato da embaixada era avisado de que ainda não havia como assegurar uma saída do país em segurança. A mesma informação foi admitida pelo em Brasília.

Alguns brasileiros que pediam auxílio para deixar Kiev o mais rápido possível acabaram ouvindo comentários nada diplomáticos: “se vire”, declarou um diplomata a dois brasileiros.

O Itamaraty está cadastrando os brasileiros que estão na Ucrânia e desejam deixar o país. Há cerca de 500 na região. Os que estão no leste da Ucrânia devem deixar o país o quanto antes. Segundo o embaixador Gorgulho, o plano não tem data para ser colocado em prática.

Bolsonaro desautorizou, nesta quinta-feira (24), seu vice, Hamilton Mourão, por ter se manifestado sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mais cedo, Mourão disse que o Brasil respeita a soberania da Ucrânia. “Quem fala dessa questão chama-se Jair Messias Bolsonaro. Mais ninguém fala. Quem está falando, está dando peruada naquilo que não lhe compete”, criticou pelas redes sociais.