Em 2022, o Bioparque Pantanal ‘desencalhou’, mas quanto custará o ingresso em 2023?
Do primeiro esboço à abertura ao público, o Aquário virou Bioparque Pantanal e finalmente saiu do papel. Saiba o que esperar para o ponto turístico em 2023
João Ramos –
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Encalhada por anos, a obra do Aquário do Pantanal (atual Bioparque) finalmente saiu do papel em 2022. Embalado pela produção do remake da novela “Pantanal” em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado se empenhou para concluir o projeto e, inclusive, inaugurou o Aquário no dia da estreia do folhetim: em 28 de março – data que se tornou histórica para os sul-mato-grossenses.
Naquele dia, o famoso prédio deixou de ser um elefante branco e abriu as portas, 11 anos após o início das obras, ganhando até um novo nome: Bioparque Pantanal. Ainda assim, depois de mais de uma década acostumada com o título antigo, a população continua se referindo ao ponto turístico da maneira mais conhecida. Para muitos, o Bioparque ainda é “Aquário”.
Nos altos da Avenida Afonso Pena, dentro do Parque das Nações Indígenas, a grande estrutura desenhada pelo arquiteto Ruy Ohtake se destaca e salta aos olhos. Mas o tempo de espera para a finalização da obra foi tanto, que Ruy faleceu em novembro de 2021, sem ver o prédio que desenhou em pleno funcionamento.
Em contrapartida, aos sul-mato-grossenses e turistas, contemplar a obra finalizada se tornou sinônimo de deleite e satisfação.
Quando já não havia mais esperanças, o respiro aliviado
Ano após ano, o Aquário parecia uma promessa que jamais seria cumprida. Já sem esperanças após décadas, a população, inclusive, duvidava de seu lançamento. Quando finalmente inaugurado, a população não acreditou que aquele “sonho” havia se tornado realidade e que a saga com o dinheiro público havia chegado ao fim.
O sul-mato-grossense então respirou aliviado, principalmente, porque o valor investido não terminou jogado no lixo, mas reaproveitado para a construção de um espaço de lazer e conhecimento que contribuirá com a economia e a fomentação do turismo em Mato Grosso do Sul, especialmente em Campo Grande.
No primeiro ano de funcionamento do antigo elefante branco, após oito meses de atividades, o Bioparque “fechou a conta” apresentando mais de 300 espécies de animais encantadores que vão além da fauna pantaneira, recebendo visitas de famosos, acumulando longas filas de espera e oferecendo entrada gratuita.
Desse modo, relembre alguns desses itens e saiba quais são os planos para o local em 2023.
Bichos do Bioparque se tornaram sensação
Eles se tornaram queridinhos de Campo Grande, tanto para os que visitaram o Bioparque, quanto para aqueles que ainda nem conheceram o ponto turístico. Entre os animais mais famosinhos estão, em disparada, a sucuri Gaby, a arraia Jussara e os axolotes (monstrinhos mexicanos).
O nome de Gaby, inclusive, foi definido por votação popular. Pelo fato da sucuri ter vindo do Pará, a administração do Bioparque Pantanal deu duas opções para a escolha do povo, em referência a duas famosas cantoras do Estado de origem da cobra: Fafá de Belém e Gaby Amarantos, sendo a segunda a escolhida.
Já os monstrinhos mexicanos, que não fazem parte da fauna pantaneira, ganharam o coração dos visitantes, principalmente após se reproduzirem no grande aquário.
Antes de todos, a arraia Jussara foi a primeira a repercutir por receber a população com muita simpatia e um largo “sorriso” no rosto.
Longas filas de espera
Possível ponto mais crítico para o primeiro ano do Bioparque Pantanal, as longas filas de espera ainda deixam muita gente irritada. Bem como a dificuldade de agendamento para conhecer o aquário.
Isso porque o Bioparque Pantanal abriu as portas possibilitando visitas gratuitas exclusivamente agendadas. No entanto, para resolver o problema da alta demanda não atendida, o ponto turístico passou a distribuir senhas além do agendamento, entregues para os visitantes por ordem de chegada.
Mas, nem assim o sistema desafogou. Boa parte dos campo-grandenses reclama que ainda não teve a oportunidade de conhecer o local, já que as vagas agendadas sempre se esgotam nos primeiros minutos após a liberação para o cadastro – todas as segundas-feiras, a partir das 8h.
A ânsia dos moradores para dar uma espiadinha no espaço que demorou 11 anos para ficar pronto é tanta que as senhas de visitas não marcadas também se esgotam rapidamente. Por isso, o problema só deverá ser resolvido quando o Bioparque passar a cobrar a entrada dos visitantes. Mas, até quando a visitação será gratuita?
Quanto custará o ingresso para visitar o Bioparque?
Para 2023, ainda pairam algumas dúvidas: quais os planos da nova gestão para o Bioparque Pantanal? Quando será aberta a nova licitação que contratará a empresa responsável pela cobrança dos ingressos e quanto vai custar a entrada no ponto turístico no ano que vem?
A nova administração que assumirá Mato Grosso do Sul a partir de 1º de janeiro de 2023 ficará responsável por decidir o futuro do Bioparque. Mas, conforme declaração do governador eleito Eduardo Riedel (PSDB), a única certeza é de que não haverá cobrança de ingressos nos três primeiros meses de seu mandato. Porém, não há nada acertado sobre os valores para entrada e a empresa que administrará o complexo.
“Tenho que ver como está o custo do Estado por mês pra saber como é que vai ser, não sei como está”, esclarece Riedel. O governador eleito, no entanto, só consegue garantir, por ora, a visitação gratuita até os primeiros meses de seu governo, confirmando que vai estender por mais algum tempo além do previsto – que era até o final de 2022.
“Está gratuito até o final do ano, no começo do mandato também. Mas nós vamos nos debruçar sobre o Bioparque e fazer essa avaliação”, declara.
Novela da licitação
Há oito meses funcionando a todo vapor, o Bioparque Pantanal ainda não possui uma gestão oficial. Por enquanto, até que uma empresa para gerir o local seja definida por meio de licitação, o Governo do Estado coordena o espaço.
Com isso, os principais rumos do aquário só serão definidos após abertura da licitação, que, conforme o novo Governo, ainda não tem data para ser lançada.
Empresa contratada através de um certame pelo ex-governador André Puccinelli, antes do Bioparque ficar pronto, a Cataratas desistiu de administrar o ponto turístico pouco antes da inauguração, em 2022. Foi quando o Governo de Mato Grosso do Sul assumiu a função temporariamente.
Desistência
Anteriormente, o Grupo Cataratas havia vencido a concessão no modelo de PPP (Parceria Público-Privada) em 2014. Porém, oito anos depois, com as obras do Aquário quase concluídas, e mesmo após longas tratativas, a empresa desistiu de forma amigável do contrato, conforme informou a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
De acordo com o secretário Jaime Verruck, o Governo fez o envio de documentação para o Grupo Cataratas, informando a situação da obra e os cronogramas estabelecidos. “Comunicamos oficialmente à empresa que ela deveria, ao final desse processo, fazer o recebimento operacional do Aquário. Nesse período, foram realizadas várias tratativas entre o Governo e a Cataratas, inclusive com avaliação e visita técnica ao Aquário pela equipe da Cataratas”, esclareceu.
Apesar das tratativas realizadas, o Grupo Cataratas comunicou oficialmente a desistência amigável do processo de parceria. “O contrato no modelo de PPP permite um distrato amigável. Houve um posicionamento da empresa, reforçando que o Aquário do Pantanal é o maior aquário de água doce e apresenta condições extremamente adequadas sob o ponto de vista de atratividade como destino turístico. Porém, neste momento, houve um reposicionamento estratégico do Grupo Cataratas”, afirmou Verruck.
1ª ano do Bioparque
O Jornal Midiamax procurou o Bioparque Pantanal para comentar o primeiro ano de funcionamento do local e fazer um balanço dos primeiros oito meses. Em entrevista, a diretora-geral, Maria Fernanda Balestieri, comemora os feitos do ponto turístico.
“Conseguimos aumentar a capacidade das visitações de 600 pessoas por dia para 2000. Já passaram por aqui 224 mil pessoas, 71 países, os 26 Estados do Brasil e o Distrito Federal”, pontua.
De acordo com Maria Fernanda, o Bioparque recebe, em média, 330 turistas por mês, contando com pessoas de vários países. Já em âmbito local, a diretora-geral comenta como o sul-mato-grossense recebeu e observou o grande aquário nesses primeiros meses.
“Fiquei muito surpresa. Como foi rápida a mudança de pensamento da imagem das pessoas, daquela situação do Aquário. A partir do momento em que elas entraram aqui dentro, foi uma virada de chave. Entraram e gostaram. Estão gostando muito”, diz ela.
E 2023?
Ao todo, o prédio ocupa 19 mil m² de área construída no Parque das Nações Indígenas. Além disso, são 5 milhões de litros de água distribuídos em um circuito com 31 tanques.
Segundo a diretora, desde a abertura até o final de 2022, o plantel aumentou de 220 para 330 espécies e de 12 mil para 40 mil animais. Ela reforça que o Bioparque é muito mais que um aquário, é um espaço de experiência e conhecimento.
Quanto a 2023, a reportagem também questionou o complexo sobre possíveis novos animais e projetos, mas, em relação ao próximo ano, a administração afirmou que a equipe de transição de governo ainda está acertando estes pontos.
Do Aquário Pantaneiro ao Bioparque Pantanal: 25 anos de espera
Do projeto inicial denominado “Aquário Pantaneiro”, idealizado pelo jornalista Pedro Spíndola em 1997, até a inauguração do Bioparque Pantanal em 2022, foram longos 25 anos de espera. No decorrer dessas décadas, o projeto do ponto turístico passou por diversas mãos, seguindo as trocas dos Governos.
Mas foi em maio de 2011 que o aquário começou a ser construído, quando André Puccinelli, do então PMDB, governava Mato Grosso do Sul. Por 11 longos anos, a obra sofreu diversas paralisações, causando desânimo aos sul-mato-grossenses. Até que a inauguração, em 2022, devolveu a esperança para que outros elefantes brancos da Capital sejam concluídos. Será?
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