Desde que foi implantando, há um mês, o teleatendimento da varíola dos macacos atendeu mais de 200 pessoas em Campo Grande, entre pacientes que tiveram a doença confirmada, descartada e moradores que buscavam orientações. O serviço, aos moldes de como foi na pandemia da covid-19, conta com equipe multidisciplinar que dá assistência e monitora cada paciente.  

“Disponibilizamos esse serviço para que as pessoas tenham acesso rápido a um atendimento e, se for o caso, saibam onde fazer o teste. É por ele que nós também monitoramos todos os pacientes”, explica o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho.

Apesar de apresentar transmissão mais lenta que a covid-19, o secretário afirma que a nova varíola é o novo desafio para o Município. “É um vírus contagioso que tem casos de transmissão até quando a pessoa infectada não apresenta sintomas. Nos preocupa muito porque vivemos em comunidade e socializando. Caso se torne mais contagioso, é provável que tenhamos um afastamento em massa de servidores e até aumento na utilização do sistema de saúde”, pontua.

Com a demanda atual, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não destinou leitos específicos para a varíola dos macacos e segue monitorando a necessidade. Enquanto acompanha os casos confirmados aumentarem, o setor da saúde apela para o bom senso da população. “É importante que as pessoas tenham o hábito de lavar as mãos e que usem máscaras diante de qualquer sintoma gripal. É preciso se cuidar”, finaliza.

Teleatendimento

O teleatendimento funciona diariamente, de 7h às 19h, pelo número 67 2020-2170. Qualquer morador que tenha dúvidas pode entrar em contato para esclarecer quais sintomas e como proceder em caso de contato com paciente suspeito ou confirmado da infecção. 

 Sete unidades sentinelas, uma em cada distrito sanitário, foram selecionadas para realizar a coleta de exames de pacientes com suspeita da doença são elas: USF Botafogo, USF Tiradentes, UBS 26 de Agosto, USF Ana Maria do Couto, USF Batistão, Distrito Prosa USF Mata do Jacinto, USF Vida Nova.

A Monkeypox 

Mato Grosso do Sul tem 54 casos confirmados de Monkeypox, doença provocada por um vírus da mesma família que a Varíola (Poxviridae). Febre alta e de início súbito, inchaço dos gânglios nas regiões cervical, axilar e pélvica, dores de garganta e posteriormente o aparecimento de vesículas na pele são os principais sintomas da doença, que é transmitida através de gotículas salivares ou do contato direto com a secreção expelida pela erupção na pele. 

É necessário ficar atento a todos os sintomas porque a doença tem um período de incubação de até 21 dias, assim, todas as pessoas com quem se tem contato próximo ou íntimo neste período também podem ser contaminadas. Contudo, é importante ressaltar que o contato deve ser prolongado e íntimo, para que haja a contaminação. 

A prevenção ao contágio acontece através de medidas básicas de higiene e evitando o compartilhamento de itens pessoais, como lençóis, talheres, toalhas, roupas ou outros itens que possam ter entrado em contato direto com as vesículas ou secreções do paciente.