Sonho de muitos brasileiros, a conquista da casa própria pode ficar mais distante diante da inflação. Com o preço dos materiais para construção só aumentado, a associação enxerga com preocupação um futuro não tão distante, onde o valor dos imóveis aumente proporcionalmente, e junto o custo da parcela de um financiamento.

“Nossa grande preocupação é se o consumidor terá capacidade financeira para absorver todos esses aumentos. Nos últimos doze meses o resultado é positivo e o nosso setor cresceu, porém vemos com muita preocupação e certa instabilidade para o cenário futuro. Diante da dificuldade que o consumidor final terá com esses repasses dos aumentos”, explicou.

Lidando com os aumentos na prática

Literalmente com a mão na massa durante uma reforma, o mestre de obras João Lise, de 62 anos, afirma que na prática o valor do acumulado é muito maior do que o calculado pelo . “Eu acredito que esse valor já passou faz tempo. Está muito maior. Essa telha de amianto era R$ 60,00 e hoje você paga quase R$ 100,00”, explicou.

Trabalhando com construção e reforma há mais de 40 anos, João cita a pandemia do coronavírus como um divisor de águas negativo para o trabalhador do setor.

“Depois da pandemia, os materiais de construção subiram em 100%. Só o que não subiu nesses últimos dois anos foi o salário do trabalho. Se brincar, hoje uma reforma custa mais caro do que fazer novo. A dois anos atrás saía R$ 300,00 o metro quadrado. Hoje está entre R$ 500,00 e R$ 600,00 o custo do metro quadrado para reformar uma casa”, finalizou João.