“Um homem de coração grande, acolhedor”. No momento de despedida, a irmã do musicista Chico Lacerda é de poucas palavras. Aos 76 anos, ele faleceu nessa terça-feira (18) e agora familiares e amigos se reúnem no Cemitério das Primaveras, no bairro Parati, em Campo Grande.

Nice Lacerda, a caçula, comentou os gestos amorosos de Chico e a educação que tiveram. “Nossos avós vieram do nordeste, são imigrantes e vieram para cá, então, nós crescemos em um ambiente de valorização do Pantanal, da fauna e flora”, contou.

Dessa forma, Nice ressalta que o Chico se “inspirava nisso” e cresceu em um contexto de vida e amor pela natureza. “Para nós, é exatamente este o legado que ele nos deixa”, comenta, em nome de toda a família.

‘Chico saiu da beira do Rio Paraguai para divulgar belezas do Pantanal’, conta sócio

Sepultamento do Chico está previsto para as 14h. Foto: Karina Campos/Jornal Midiamax

Sócio de Chico há 20 anos, Wanderlei Bernardo ressaltou que ele era um artista plástico que “atuava com o coração”. “Na época em que começamos juntos, não tinha muita tecnologia, era sem acesso à internet, mas, mesmo assim, tinha muita beleza nos anúncios. O Chico veio de uma família muito humilde e saiu da beira do Rio Paraguai para divulgar belezas e tudo o que o Pantanal representava para ele”, argumentou.

Ainda conforme Bernardo, Chico fundou a agência e se tornou um ícone. “Mesmo repassando [a agência] para outros empresários, ele continuou tendo renome. Era uma pessoa que deixou o mercado muito organizado, atuava com respeito em questões ambientais e sociais, era um modelo para muitas agências, além de um artista plástico que foi modelo para muitas empresas de Mato Grosso do Sul”, avaliou.

Sobre o estado de saúde, Wanderlei comenta que Chico passou por grande tristeza quando perdeu a esposa, há cerca de 10 anos. “A Sônia faleceu por conta de um câncer e foi algo que abalou muito ele. Tempos depois, há um ano e meio, ele começou com enfermidades e já não criava mais anúncios publicitários. Foi algo que começou com um TOC [Transtorno Obsessivo Compulsivo] e depois evoluiu para problemas cardiovasculares”, lamentou.

Entre idas e vindas aos médicos, o sócio falou que Chico estava morando sozinho, porém, tinha monitoramento de uma cuidadora. No entanto, teria sido internado há algum tempo e faleceu. “Sempre foi um homem muito correto, respeitoso e exigente”, finalizou.

O sepultamento está previsto para as 14h no Parque das Primaveras.