Com expansão da pandemia, famílias sentem a vulnerabilidade aumentar nas favelas de Campo Grande
Falta de alimentos é um dos principais problemas das comunidades em 2022
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Depois de mais de dois anos de pandemia, os moradores das favelas de Campo Grande viram a condição de vida — que já era precária — ficar ainda mais difícil. Conforme a Cufa (Central Única das Favelas) de Mato Grosso do Sul, os pedidos de doações de comida e itens de primeira necessidade aumentaram em 80% nesse mês, se comparado com janeiro de 2021.
Conforme a gestora da Cufa MS, Lívia Lopes, de 29 anos, tecido social dessas famílias tem ficado cada vez mais fragilizado, devido ao aumentado da pandemia e ao período de chuvas. “Muitas famílias, no começo deste ano, pediram ajuda para se alimentar. A gente sente uma queda devido ao avanço da pandemia e, por conta das chuvas, os pedidos de lona e madeira também cresceram”, disse ela.
Entre barracos e casas populares, a entidade atende 33 comunidades em situação de vulnerabilidade social. “Eles precisam ter o mínimo para conseguir uma moradia digna. Essas famílias, que moram em barracos de lona, muitas vezes não têm água potável, saneamento e energia elétrica. Por conta dessa grande leva de pedidos de ajuda, vamos começar uma nova campanha de doações em fevereiro, para começar a distribuir alimentos para essas comunidades”, detalhou.
A vida no ‘Alphafavela’
Localizada no bairro Caiobá, o trocadilho com o condomínio de luxo revela as mazelas sociais da Capital. Para a representante da comunidade, Paula Correa da Silva, de 29 anos, a situação tem ficado cada vez mais complicada. Na Alphavela, o lixo de alguns pode virar uma parte da moradia de muitos. “Estamos correndo atrás de doação, tudo o que vier é bom: Sacolão, verduras e resto de guarda-roupas, essas coisas servem para fazer parede”, disse ela.
Segundo ela, atualmente 70 famílias vivem em uma situação precária, precisando de doações. “Desde quando começou a pandemia tudo piorou, bastante gente perdeu o emprego e começou a faltar alimento, as doações pararam. Não chegou ao ponto de passar fome, mas a situação apertou muito, tem dias que falta feijão, óleo, mistura”, acrescentou.
Como ajudar?
Você pode entrar em contato com a Cufa pelo telefone: (67) 99208-5043, ou levar as doações até um ponto de coleta:
- Mais que Salada: R. Treze de Maio, 2499 – Centro, Campo Grande – 11h às 14h (segunda a sábado)
- Maciel Livros: R. 14 de Julho, 1696 – Centro – Horário comercial
- R. Salamanca, 133 – Bonança – das 08h às 20h (segunda a sexta)
- Padaria Milhomem: R. dos Barbosas, 1094 – Amambai
- Fitness Academia: R. Caconde, 37 – Santa Fé.
- Bourbon Café: 25 de dezembro,1089. Casa 3
- Laricas Cultural: R. Antônio Maria Coelho, 1663.
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