Com acidentes frequentes, cruzamentos perigosos exigem cuidado redobrado em Campo Grande

Falta de sinalização tem causado colisões nos bairros São Conrado, São Jorge da Lagoa e Tiradentes

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Sinalização pintada por um morador no Tiradentes
Sinalização pintada por um morador no Tiradentes

Na periferia de Campo Grande, a falta de sinalização e intervenção da gestão municipal tem causado acidentes constantes, e até a morte. O Jornal Midiamax visitou cruzamentos perigosos nos bairros São Conrado, São Jorge da Lagoa e Tiradentes, para compreender o perigo que a população lida diariamente.

No São Conrado, o cruzamento da rua Praia Grande com a rua Leão Zardo é palco de colisões há anos e já levou a vida de uma mulher. “Minha família tem esse comércio há 30 anos, ninguém respeita o pare e as pessoas passam direto. Há cerca de 5 anos uma mulher morreu, ela estava indo de bicicleta buscar a filha na creche e o caminhão pegou ela”. Explicou a comerciante Suellen Pereira, de 29 anos.

Sobre a situação caótica, o pedido é simples e objetivo. “O pedestres não consegue atravessar, ninguém para. Um dia o motoqueiro virou de uma vez, empinou e bateu na lixeira.  Final de semana é acidente direto, precisamos de uma lombada porque um semáforo não vão respeitar”, exclamou.

No São Conrado, cruzamento já foi palco de acidente com morte (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

 

A visão também é compartilhada pelo mecânico Márcio Fernandes, de 45 anos, que já testemunhou diversos acidentes. “Acontece de 1 a 2 por semana. Fora as batidas pequenas e freadas bruscas. O povo desce em alta velocidade e vira de uma vez, principalmente no horário de pico. Precisa de um quebra-molas elevado,  semáforo ninguém vai respeitar”, descreveu o trabalhador.

São Jorge da Lagoa

No cruzamento da rua Itaporã com a rua Pará — no São Jorge da Lagoa — os acidentes também são constantes e tiram o sossego de quem trabalha na região. “Mesmo com o pare, tem colisões quase todo dia e algumas graves, fora as freadas.  Há cerca de 4 meses um homem estava descendo a Pará, que não é preferencial, e não respeitou o ‘pare’. Ele bateu em um carro, com o impacto esse veículo foi jogado para cima de outro que estava estacionado”, disse o comerciante Almiro Carvalho, de 43 anos.

Indignado, Almiro clama por uma solução para o cruzamento. “O pessoal vem em alta velocidade, é feio quando acontece acidente. Precisamos de uma lombada elevada porque só a sinalização as pessoas não respeitam”, detalhou.

Cruzamento perigoso no São Jorge da Lagoa (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

 

Compartilhando do mesmo sentimento, o serralheiro José Carlos Nunes, de 50 anos, teme por um aumento no número de acidentes, após a construção de um novo mercado na região. “Aqui de vez em quando acontece coisa feia. Estão construindo um mercado na esquina de baixo, imagina como vai ser quando ele estiver pronto”, explicou.

Tiradentes

Com quase 50 anos de Tiradentes, a auxiliar administrativa Rozely Freitas, de 56 anos, viu a melhoria se tornar dor de cabeça. Depois da implantação da nova malha asfáltica, há cerca de uma semana, o cruzamento da avenida Rouxinol com a rua Antônio Pinto de Barros virou palco de acidentes. “Antes tinha asfalto e já aconteceu acidentes, mas não era tão violento. Com a nova malha asfáltica já teve dois acidentes feios, porque não sinalizaram o cruzamento”, disse ela.

Sem entender o porquê do cruzamento não ter sido sinalizado, ela espera que o serviço seja feito antes que algo pior aconteça. “Uma moto entregadora bateu em um carro. E outros dois rapazes de moto bateram feio na lateral de uma Fiat Toro. Precisamos da sinalização, aquele ‘PARE’ foi escrito a mão por um morador”, explicou.

Sinalização de ‘pare’ foi pintada por um morador no cruzamento do Tiradentes (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

 

Presente no dia de um dos acidentes, o também morador Claudinei Vieira, de 50 anos, viu a situação de uma das vítimas, e lembrou de outro problema no cruzamento. “No acidente com a Fiat Toro, uma das vítimas quebrou o braço e a perna. Além do pare, a rua Antônio Pinto de Barros vira mão única, mas não tem sinalização indicando”, finalizou.

O que diz a Prefeitura

Em nota a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), por meio da PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande), informou que o bairro São Conrado será colocado na programação de reforço na sinalização vertical e horizontal. Quanto ao redutor de velocidade, será feito um estudo de viabilidade técnica.

Sobre o cruzamento do São Jorge da Lagoa, a Agetran informou que enviará uma equipe técnica para avaliar a sinalização adequada para o local.

No bairro Tiradentes, a agência afirmou que as vias mencionadas serão sinalizadas nos próximos dias.

 

Conteúdos relacionados

lama