O corpo clínico da Santa Casa e a Associação Médica de Corumbá, a 417 quilômetros de Campo Grande, divulgaram um comunicado de previsão de paralisação de escalas de especialidades médicas por falta de recursos e readequação de serviços na unidade.

O documento assinado pelo diretor clínico, Dr. Nicolas Emmanuel Contis, diretor técnico, Dr. Eduardo Lasmar Pacheco, e o presidente da associação médica, Dr. Rafael Vinagre Faro, pontua que há deficiência de repasse financeiro, pois a Santa Casa recebe R$ 2,7 milhões do Ministério da Saúde, Município e Estado, entretanto, os gastos ultrapassam R$ 4,5 milhões.

“Repasses de forma esporádica para ‘apagar o fogo’, não solucionam de madeira definitiva os problemas recorrentes da Santa Casa. Havendo necessidade de repasses sistemáticos para o bom funcionamento”.

Atraso de pagamentos

A falta de verba teria gerado constante falta de insumos, dificuldade em realizar atendimento digno aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), suspensão de procedimentos, troca de medicamentos e fechamento do CTI (Centro de Terapia Intensiva).

“Ficou definido em reunião na associação médica, no dia 30 de novembro, caso não seja apresentada uma solução concreta e definitiva para a atual situação catastrófica que se encontra, o corpo clinica deixará de fazer parte das escalas de especialidades médicas, cirurgia geral, ortopedia, clínica médica, cirurgia vascular, pediatria, ultrassonografia, ginecologista, obstetra, cardiologia e anestesia, a partir de 15 de janeiro de 2023”.

Hospital nega fechamento de CTI

Aristides Nunes da Silva Filho, auditor de serviços de saúde da unidade, informou que ainda não receberam o documento oficial relatando a possível paralisação, que pelo CEM (Código de Ética Médica) preconiza que os profissionais devem comunicar o afastamento das atividades com urgência e emergência com prazo de 30 dias.

“Problemas financeiros acontecem há algumas décadas na Santa Casa, assim como em Santas Casas de todo Brasil. Mas os pagamentos estão em dia, o que precisa é de uma deliberação para resolução de questões, não seria a falta financeira. Sobre o CTI, não foi desativado, mas está sendo remanejado, pois o custo diário de um leito é de R$ 600 pelo Governo Federal, na pandemia foi para R$ 1,6 mil e o nosso custo é de R$ 1,5 mil. Não recebemos o documento oficial ainda de uma paralisação dos serviços, mas um manifesto da classe médica”, finaliza.