Cansados de tentar resolver a situação de ruas de chão esburacadas no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, moradores resolveram agir e tapar por conta própria os buracos com entulhos.
Técnico em radiologia de 37 anos, Eduardo Annes, mora na Avenida Ana Batista Caminha e conta os transtornos que tem para entrar ou sair de casa. “Para você entrar com o carro é difícil. Tem vezes que a gente fica manobrando 10 minutos. Motorista de aplicativo e entregadores não entram normalmente”, diz.
Por ser rua de chão, os tempos de chuva são os piores. “Passaram máquina há três meses, mas se o tempo estiver chuvoso começa a criar uma vala. Muitos carros caem na vala”, reclama. A solução foi colocar entulho para amenizar os problemas. “Se não jogar fica pior”, finaliza.
Escola em avenida de chão
Francisco Santos, de 52 anos, morou na região em 1994, se mudou e voltou há 4 anos. Ele vê constantemente os transtorno que os pais têm para levar os filhos até a Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Clebe Brazil Ferreira.
“Aqui tem escola. As mulheres trazem os filhos de bicicleta. Nos dias de chuva ‘bate’ a bicicleta. Descendo a rua, alaga dos dois lados; é uma situação lamentável. Escoamento de água fluvial não tem”, reclama.
Paga imposto, mas não vê retorno
Os problemas não param por aí. Na Rua Domingos Sahib, o comerciante Roque Bezerra, de 57 anos, está há 25 anos ‘sofrendo’ e pagando impostos. “Abandonaram a região, não tem retorno. Só tiram de você, mas deixa de pagar o imposto pra você ver”, ironiza.
“Asfalto aqui não existe. Choveu, você não passa. Se chover ninguém passa porque sabe que atola”, relata.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande questionando sobre uma previsão para asfaltamento ou manutenção das ruas da região, mas até o fechamento não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
